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Sábado, 22 Outubro 2022 15:23

Defesa e segurança: a estabilidade de Angola é sinônimo de estabilidade regional

As políticas de segurança são políticas que estabelecem e delineiam parâmetros e mecanismos estratégicos de defesa de um Estado através da implementação e execução de doutrinas militares, princípios e tácticas militares, inteligência e contra inteligência, tecnologias militares, cyber-segurança, radares e satélites militares espiões, com o intuito de se garantir a manutenção, a protecção e a estabilidade do Estado.

Angola pela sua grande responsabilidade regional em África precisa reforçar cada vez mais a sua segurança interna, começando em parte por aumentar o seu orçamento de defesa em todos os âmbitos e sectores: compras de novos armamentos modernos, tais como: sistemas antiaéreos e sistemas antimísseis avançados, mísseis anti-návios, mísseis guiados, caças de guerra da 4ª e 5ª geração, drones kamikazes e outros modelos, reforçar os equipamentos de vigilância institucional e fronteiriços, etc.

O orçamento de defesa deve visar também dinamizar as forças policiais, forças marítimas e as forças áreas do Estado, colocando à disposição destes, instrumentos que os permita neutralizar qualquer ameaça contra o Estado, tendo em conta que o terrorismo regional, internacional e transnacional faz algum tempo que saiu do controle e se encontra espalhado um pouco por todo o lado, sendo assim, o governo angolano de forma urgente deve tomar medidas adicionais e rígidas para impedir a todo custo que a problemática do terrorismo internacional aproxime-se das suas fronteiras e dos países vizinhos a si, para isso umas das medidas pontuais a ser colocada em prática é armar e equipar sete vezes mais o departamento antiterrorismo e o departamento de intervenção rápida, estes devem ser munidos de materiais e instrumentos modernos e avançados.

Não se deve economizar quanto se trata de segurança, a segurança é a base de toda e qualquer Administração do Estado e a estabilidade de Angola directa ou indirectamente é sinônimo de estabilidade regional em termos de defesa e segurança. Apesar que o Relatório de 2021 do Instituto Internacional de Pesquisas para a Paz de Estocolmo, coloca Angola na 5ª posição entre os países africanos que mais investem na esfera militar atrás apenas da Nigéria, África do Sul, Quénia e Uganda, é correcto afirmar que tudo que Angola investe neste sector é ainda insuficiente se olharmos estes gastos tendo em conta todas as complexidades de segurança no continente e a estabilidade da paz internacional que encontra-se sob constante ameaça e desequilíbrio, portanto nas vestes de político-militar sugiro que o Executivo invista 4 vezes mais na defesa do País para termos uma segurança de alto nível em todos os sentidos.

Prevalentemente e significativamente o reforçamento da segurança do País deverá passar também através da formação de quadros angolanos em várias áreas e especializações das engenharias militares, no final das contas devem ser os próprios cidadãos nacionais a fabricarem os seus próprios materiais e instrumentos de guerra, desde armas de fogo, navios de guerra, mísseis diversos, sistemas antiaéreos, misses anti-navios, caças de guerra, satélites militares, bombas de diferentes tipos (bombas balísticas de curto alcance, de médio alcance, de longo alcance, bombas intercontinentais, bombas nucleares tácticas e estratégicas, mísseis hipersônicos, etc.), tudo isso é 100% possível, basta que haja investimento sério e de alto nível, a formação é o segredo tudo, se colocarmos isto em prática depois de algum tempo dependeremos menos da Europa, dos EUA, da Rússia, da China, da Coreia do Norte, da Índia e de outros países na esfera bélica, compraríamos pouco deles porque teríamos a nível interno as nossas próprias indústrias armamentistas dirigidas por cidadãos nacionais.

A segurança requer mesmo investimento, requer gastos que na visão do público e daqueles que pouco entendem de defesa e segurança pode parecer desnecessário porque o País está em Paz e não em guerra, mas é exactamente por esse motivo que o governo deve aumentar o orçamento de defesa, porque é no tempo de Paz que se deve fazer investimento na esfera militar, não vais esperar estar em conflito/guerra para investir em aparatos bélicos, quem age desse jeito mostra claramente que não tem visão estratégico-militar e pode colocar o País num risco eminente. Um líder inteligente e estratégico deve antecipar as suas jogadas políticas, não deve esperar o caos para começar a jogar, o perigo vive conosco o tempo todo, basta um pequeno passo em falso para tudo se desmoronar, a segurança é uma necessidade, não é algo opcional numa Administração do Estado.

Como deu-se já a entender não trata-se apenas de investimentos no sector das forças armadas mas sim em todos os sectores, e sendo que a segurança é a base da soberania, protecção e integridade territorial de um Estado, investir pouco na própria defesa é dar lugar à insegurança e a insegurança sendo sinônimo de caos, tensões, conflitos, guerras e instabilidades, Angola não deve permitir que isso aconteça, não deve permitir que os seus órgãos de defesa e segurança sejam vulneráveis, devemos estar em prontidão constante, devemos estar em alerta 24/24 horas para neutralizarmos quais queres inimigos sejam eles inimigos internos ou externos, os nossos serviços de inteligência e de contra inteligência, assim como as forças armadas, forças navais e forças aéreas devem mostrar-se capazes de defender a Pátria, mas nada disso será possível se o sector da segurança receber verbas insuficientes, o orçamento deve ser mesmo alto porque trata-se não simplesmente de proteger a Nação mas também de contribuir para a segurança da região da SADC e dos Grandes Lagos, estas regiões são instáveis e Angola precisa estar 100 vezes mais preparada, precisa posicionar-se como tal, precisa ter o maior orçamento de defesa a nível de África.

NT: Angola precisa investir de forma regular 7 a 10 bilhões de USD na esfera militar.

Diplomacia & cooperação civil e militar

Diplomacia & estratégias político-militares

Políticas de segurança

Políticas de Estado e Administração do Estado

Competências internacionais

Por: Leonardo Quarenta

Ph.D. em Direito Constitucional e Internacional

Mestrado em Relações Internacionais: Diplomacia, Mediação e Gestão de Crises

Formação em Conselheiro Civil e Militar

Formação em Geopolítica de África: O Papel da CPLP na Segurança Regional

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