Os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças de África (Africa CDC) - agência de saúde pública da União Africana - associam-se "ao reconhecimento expresso por Mahmoud Ali Youssouf, Presidente da Comissão da União Africana, e elogiam a coragem política de todas as partes por terem escolhido o diálogo em vez do confronto, proclamando um cessar-fogo e abraçando um futuro baseado na estabilidade", de acordo com a nota de imprensa da organização.
Os Africa CDC frisaram também a importância do Emir Sheikh Tamim bin Hamad Al-Thani, do Estado do Qatar, do Presidente norte-americano, Donald Trump, e respetivo executivo, "pelo apoio inabalável aos processos de Doha e Washington".
Ao presidente da União Africana e chefe de Estado de Angola, João Lourenço, assim como ao Presidente do Togo, Faure Essozimna Gnassingbé, - nomeado pela União Africana como mediador para a região dos Grandes Lagos - foi saudado o envolvimento no processo de paz pela agência de saúde pública.
"Os Africa CDC prestam homenagem à determinação do Presidente Félix Antoine Tshisekedi e do Presidente Paul Kagame [chefes de Estado da República Democrática do Congo (RDCongo) e Ruanda, respetivamente] por conduzirem a região para um futuro de paz".
Também a União Europeia (UE) se manifestou hoje dizendo que "acolheu com satisfação a assinatura da declaração de princípios entre a RDCongo e o grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23)" - que faz parte da Aliança do Rio Congo - classificando-a como "um passo importante rumo a um acordo de paz duradouro".
"A UE acolhe com satisfação a assinatura, em Doha, de uma declaração de princípios entre a RDCongo e a AFC/M23 como um passo importante para um acordo de paz duradouro", afirmou o porta-voz europeu para Assuntos Exteriores, Anouar El Anouni, numa mensagem nas redes sociais.
Precisamente no sábado, a missão da ONU na RDCongo (Monusco) considerou "um passo importante para uma paz sustentável" o acordo anunciado pelo Governo da RDCongo e o M23. Por sua vez, no domingo, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, manifestou ter acolhido esta notícia "com satisfação" e qualificou-a como "um passo importante".
"O secretário-geral congratula-se com a assinatura" do acordo de princípios e "elogia este importante passo, que abre o caminho para uma paz duradoura, segurança e o regresso dos deslocados e refugiados", afirmou o seu porta-voz, Stéphane Dujarric, em comunicado.
Através da nota de imprensa, Guterres instou todas as partes "a garantir a rápida aplicação dos compromissos assumidos", que incluem, entre outras medidas, a cessação dos ataques por ar, terra, mar ou lagos, o fim de toda a propaganda de ódio e a proibição de tomar posições pela força, bem como a criação de um mecanismo de verificação do cessar-fogo com a participação da Monusco, que já declarou total disponibilidade para contribuir neste processo.
Nesse sentido, o secretário-geral das Nações Unidas reiterou o compromisso da organização "com o apoio aos esforços em prol da paz, da proteção dos civis e da estabilidade na RDCongo".
Desde 1998, o leste da RDCongo sofre um conflito alimentado pela presença de grupos rebeldes que estão sucessivamente em guerra com o exército, apesar do destacamento Monusco.
No entanto, a conjuntura piorou no final de janeiro, quando o M23, alegadamente apoiado pelo Ruanda, assumiu o controlo de Goma, capital do estado de Kivu do Norte, e posteriormente de Bukavu, capital do vizinho Kivu do Sul.