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Sábado, 28 Dezembro 2024 21:55

EUA reiteram ao PR congolês que defendem um cessar-fogo no leste do país

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, reiterou hoje ao Presidente congolês que os EUA defendem um cessar das hostilidades no leste do país provocadas por grupos terroristas, como o M23, e militares ruandeses, anunciou um porta-voz.

"O Secretário de Estado Antony J. Blinken falou hoje com o Presidente da República Democrática do Congo (RDCongo), Félix Tshisekedi, para discutir a crise no leste" do país, anunciou o porta-voz Matthew Miller. Blinken felicitou o chefe de Estado congolês pelo seu "empenho no Processo de Luanda, liderado pelo Presidente angolano, João Lourenço, e a sua disponibilidade para iniciar conversações em 15 de dezembro".

O secretário de Estado reiterou ainda a "posição dos EUA de que o M23 [Movimento 23 de Março] e as Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda (FDLR) devem cessar as hostilidades e retirar das suas posições no leste da RDCongo". O Presidente congolês deve avançar com os planos para neutralizar o grupo armado das FDLR, aconselhou.

Em 15 de dezembro, o Presidente congolês, Félix Tshisekedi, e o Presidente ruandês, Paul Kagame, deviam encontrar-se numa cimeira organizada em Luanda pelo Chefe de Estado angolano, o mediador designado pela União Africana (UA) para o conflito entre Kigali e Kinshasa.

Estava prevista a apresentação de um acordo "para o restabelecimento da paz e da estabilidade no leste da RDCongo", mas as duas partes não conseguiram chegar a acordo sobre todos os termos, acabando a cimeira de chefes de Estado por ser cancelada em cima da hora devido à ausência do Presidente do Ruanda, Paul Kagame.

O leste da RDCongo, rico em minerais, é palco de violência há 30 anos.

Desde novembro de 2021, o M23, um grupo armado apoiado por Kigali e pelo seu exército, apoderou-se de vastas extensões de território no leste desta nação. A capital da província de Kivu do Norte, Goma, com mais de um milhão de habitantes e quase um milhão de deslocados de guerra amontoados em campos, está rodeada de rebeldes e unidades do exército ruandês.

No final de outubro, a RDCongo e o Ruanda aprovaram um documento que estabelece, no papel, os termos da partida dos soldados ruandeses e a neutralização pelo exército congolês das FDLR.

Este grupo armado, formado por antigos altos responsáveis hutus do genocídio dos tutsis no Ruanda em 1994, depois refugiados na RDCongo, e que combate o M23 tal como uma nebulosa de milícias pró-Kinshasa no leste, constitui, aos olhos de Kigali, uma ameaça permanente.

Angola tem acolhido desde 2020 várias cimeiras para alcançar a paz na região, no quadro dos esforços regionais promovidos pelas organizações em que está inserida, como a Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL) e a União Africana (UA), e pretende dar um novo fôlego às rondas negociais para pôr fim às tensões entre os dois países.

João Lourenço, na qualidade de mediador indicado pela UA, tem tentado alcançar um cessar-fogo, apelando ao diálogo entre as partes envolvidas e promovendo iniciativas para estabilizar a região dos Grandes Lagos, entre as quais o Processo de Luanda.

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