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Terça, 20 Mai 2025 12:10

Quase metade dos homens angolanos sofreu violência doméstica entre 2023 e 2024

 

 

A contar de 2023 a 2024, cerca de 48% da franja masculina em Angola sofreu de agressão física praticada pelas parceiras, como dá conta o Inquérito de Indicadores Múltiplos e de Saúde.

Segundo constatado no Inquérito de Indicadores Múltiplos e de Saúde, divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), junto do ministério da Estatística e Planeamento, na última sexta (16), este número é 12% menor que o das mulheres, com 56%.

No período em que se realizou o inquérito supracitado, foi possível averiguar pelo órgão responsável que um quarto dos homens angolanos sofre(u) alguma violência por parte da ex-companheira.

Estes números são relativos à taxa total de indivíduos dos 15 aos 49 anos (29%), que afirmou ter sido vítima de violência doméstica em algum momento, desde os 15 anos. Doze meses antes da entrevista realizada pelo INE, 22% dos homens tinham sido vítimas de violência doméstica. O documento dá conta de que sete por cento da população masculina angolana já foi, nalguma vez, vítima de abuso sexual.

Destes, cinco por cento foram abusados nos últimos 12 meses anteriores à entrevista. Dado curioso é o de 71% dos senhores relataram ter sido abusados sexualmente pela esposa/parceira intima, enquanto outros 26% dizem ter sido violados pela ex-companheira/parceira intima.

Ao que tudo indica, a maior parte dos "varões" em situação de agressão (física ou sexual) não procurou ajuda ou contou a alguém sobre o ocorrido, o que representa 58% do número total das vítimas. Entretanto, outros 29% preferiram recorrer à ajuda ou "desabafar" com alguém próximo.

Quadro feminino também é preocupante

Não obstante aos homens, o inquérito deu também conta de que um número considerável de raparigas angolanas, dos 15 aos 49 anos de idade, foi agredido. Trinta e três por cento é o número de mulheres, desde os 15 anos de idade, violentadas até 2024.

Apesar de serem frequentes os casos relatados de violência praticada contra mulheres, os dados apresentados também se mostram preocupantes. O Inquérito de Indicadores Múltiplos e de Saúde aponta os parceiros destas como o principal autor, ao passo que as agredidas pelos ex-parceiros representam 30%.

Quanto aos casos de abuso sexual, nove por cento das senhoras inqueridas já foram vítimas de abuso sexual cometido por qualquer agressor. No entanto, seis por cento destas tinham si do violentadas 12 meses antes da pesquisa do INE.

Segundo contaram as senhoras e relatado no inquérito, os agressores frequentemente mencionados foram os parceiros (70%). e abaixo destes, os ex cônjuges (27%).

Ao serem abusadas, mais do que metade das mulheres (57%) nunca procurou ajuda ou contou a alguém sobre o que viveu. Outro grupo (27%), por sua vez, decidiu recorrer a alguém que lhe pudesse ajudar.

Do grupo que pediu ajuda, 78% procurou ajuda da própria família, sendo a segunda ajuda a que acorrem a família do marido/parceiro íntimo (o agressor, neste caso). Já os homens, recorreram, maioritariamente (54%), pediram ajuda à própria família, segundo que outros (29%) preferiram falar com amigos.

Importa referir que tanto homens como mulheres foram vitimas de comportamentos de controlo e vigia de forma obsessiva por parte dos cônjuges. Este ponto representa um problema para os indivíduos que passam por tal situação.

Índice vai contribuir para plano de desenvolvimento

Os indicadores apresentados permitirão, segundo Queta Francisco, secretário de estado para o planeamento, saber como o país está em vários domínios sociais, como a natalidade, a mortalidade de saúde reprodutiva, prevalência do SIDA, malária, anemia e violência doméstica.

"Estas informações contribuirão para a monitorização e avaliação do Plano Nacional de Desenvolvimento, bem como para monitorizar o progresso da implementação da Agenda 2030 sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável", afirmou o secretário de estado.

Queta garantiu que o IMSI revela se importante na medi da em que o país prepara se para apresentar nas Nações Unidas, em julho deste ano, o seu segundo relatório voluntário nacional sobre a implementação dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Com este relatório, segundo afirmou, Angola não somente vai reafirmar o seu comprometimento com a agenda, mas fundamentalmente partilhar os progressos alcançados, a determinação de remover desafios ainda prevalecentes e explorar oportunidades emergentes para garantir aos cidadãos um ciclo de desenvolvimento sustentável e inclusivo.

"O inquérito apresentado disponibiliza, ao mesmo tempo, aos utilizadores de estatísticas oficiais, nomeadamente o Governo, as instituições de ensino, investigação, a sociedade civil e a comunidade internacional, indicadores sociodemográficos de elevada importância relaciona dos com a saúde.

Para o Governo, esta informação constitui se numa base fundamental para a melhoria da formulação de políticas públicas e monitorização das mesmas no curto, médio e longo prazo, as sim como permite a monitorização adequada dos objetivos e metas das agendas internacionais das quais Angola é signatária, nomeadamente a Agenda 2030 e a Agenda das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, conforme referenciado, e a Agenda da União Africana", concluiu. OPAIS

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