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Segunda, 03 Fevereiro 2014 21:06

Petroleiro Kerala pode parar nos tribunais internacionais

As autoridades angolanas alegam que se trata de um acto de pirataria, mas o armador jura de pés juntos que os piratas roubaram a carga, inicialmente destinada a Angola, e promete apresentar provas.

A proprietária Dynacom Managemen promete fazer recurso a agências especializadas em assuntos de pirataria, para provar que as águas de Luanda não são tão seguras quanto se pareça e que a Marinha de Guerra está errada, em virtude de o barco ter sido alvo da acção dos piratas e promete apresentar provas forenses de que houve acto de pirataria no largo de Angola.

"As autoridades internacionais e as agências de informação experientes em incidentes de pirataria vão subir a bordo do navio para recolher informações e provas forenses de que houve acto de pirataria no largo de Angola", informou a companhia que aguarda, ao mesmo tempo, pela interrogação dos tripulantes, que, até ao fecho dessa edição, ainda não tinham regressado à Libéria. Segundo o porta-voz da Marinha, as autoridades angolanas estão seguras de que o petroleiro com 60 mil toneladas de gasóleo, Kerala, cujo contrato de prestação de serviços à Sonangol termina no próximo dia 12 Fevereiro, desligou o sistema de comunicação na noite do dia 18 e navegou em direcção à Nigéria.

Augusto Alfredo Lourenço, porta-voz da Marinha de Guerra Angolana, explicou aos órgãos de comunicação social que um rebocador baptizado com o nome de Gare, que é réplica de outro com o mesmo nome que participou nas acções de pirataria no Gabão no passado ano e que está desactivado na Nigéria, se aproximou do Kerala, na costa angolana, entrou em comunicação com este e, de seguida, o petroleiro levantou a âncora e rumaram os dois para a Nigéria.

Deste modo, a teoria de sequestro fica desmentida, mantendo-se a suspeita de uma acção de simulação por parte da tripulação e do agente do navio em conluio com os 27 tripulantes de nacionalidades indiana e filipina. No meio destas crispações, vaticina-se que o assunto pode ser levado à justiça, uma vez Angola não estar disposta a abrir a sua mercadoria estimada em 600 toneladas de gasóleo e calculada em mais de 600 milhões de euros.

Por seu turno, a titular do barco já informou que cabe às autoridades angolanas e à Sonangol resolverem o problema. O ministro da Defesa, Cândido Van-Dúnem, prometeu que o seu pelouro irá fazer sair a posição oficial das FAA sobre o assunto, mas, até ao término desta edição, nada tinha sido dito pelas FAA.

De acordo com analistas, por qualquer que seja a posição da Defesa Nacional, nada irá remediar a situação. Pelo contrário, o suposto sequestro vem destapar as fragilidades da costa angolana e o seu sistema de defesa, sendo, por isso, necessários meios mais rápidos e sofisticados para controlar a fronteira. Fala-se que, ao longo das águas territoriais angolanas, há embarcações piratas que pescam de forma desenfreada e capturam os recursos marinhos.

AGORA

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