“Aqui uma crítica vai para a Igreja Católica, onde eu tenho feito um exercício muito grande, particularmente com [o Arcebispo de Luanda] Dom Filomeno [do Nascimento Vieira Dias] e [o bispo emérito auxiliar de Luanda, Dom Anastácio] Cahango, que já esteve cá connosco, porque os nossos sacerdotes não têm a proteção social”, disse Anselmo Monteiro, quando apresentava hoje os resultados do INSS entre 2017 e o primeiro semestre deste ano.
Segundo o responsável, apenas 6.259 trabalhadores do clero têm proteção social, num universo que não foi divulgado, uma situação que o responsável disse verificar-se em outras igrejas no país.
“Nós sugerimos inclusive que, a partir do dízimo que os crentes entregam à igreja, pudesse ser retirado esta componente, para garantir o futuro dos sacerdotes.
O mesmo acontece também nas outras igrejas, (…), [como a de] Simão Toco e outras mais, que tem sido uma luta para que inscrevam estas pessoas na segurança social”, sublinhou.
O responsável avançou que o mesmo se passa em clubes desportivos angolanos, salientando que apenas um faz o pagamento com regularidade à segurança social das prestações dos seus atletas.
Anselmo Monteiro fez referência ao Decreto Presidencial de 2022 que estabelece o regime jurídico da proteção social obrigatória para os praticantes desportivos profissionais, salientando que “não tem sido muito exitoso este regime”.
De acordo com Anselmo Monteiro, uma das causas para o fracasso deste regime tem a ver com a “pouca divulgação” por parte do INSS, bem como “a falta de sensibilidade dos atletas”.
O presidente do INSS destacou que atletas que ao longo de anos “foram recebendo somas avultadas” foram também gastando “indevidamente” e quando chegam à idade da reforma “vão bater à porta da segurança social”.
“Nós temos essa responsabilidade e, enquanto pessoa também ligada ao desporto, tenho sido muito crítico, quer com os clubes quer com os próprios atletas, que poderão fazer a sua contribuição por via deste veículo que aqui está, que é este regime, ou também por conta própria, mas não fazem isto”, referiu.
O presidente do INSS afirmou que até hoje, a fazer fé na base de dados da instituição, “o único clube que paga com regularidade chama-se Petro Atlético de Luanda, só para dar um exemplo do que está a acontecer”.

