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Domingo, 09 Setembro 2018 10:41

Sociedade civil protesta hoje contra alegada discriminação em restaurante de Luanda

Membros da sociedade civil angolana promovem hoje uma marcha de repúdio em solidariedade ao ativista e jornalista angolano Simão Hossi, que se queixa de ter sido vítima de "agressão e discriminação" num restaurante da Ilha de Luanda.

Simão Hossi explicou anteriormente à Lusa que tudo aconteceu a 26 de agosto, quando decidiu, juntamente com amigos, visitar o restaurante "Café Del Mar" para momentos de lazer com amigos.

"A situação é lamentável, não tinha razão para existir. Chegamos ao restaurante e, logo depois, fui convidado a abandonar o local por entenderem que eu estava malvestido, sujo, e inadequado para o local, onde muita gente também estava vestida de forma simples", contou.

"Manifestei indignação contra a postura do restaurante, busquei justificações e eles viram-se na obrigação de chamar a segurança que, de forma violenta, me retirou do estabelecimento", contou.

Entretanto, a gerência do "Café Del Mar", numa nota de esclarecimento, refuta as acusações e refere que Simão Hossi estava "trajado de maneira desadequada e inaceitável, contrariamente às normas de decoro e de apresentação do restaurante".

O incidente tem estado a gerar uma onda de repulsa entre vários atores da sociedade civil, sobretudo nas redes sociais e meios de comunicação social, em que se condena a postura do restaurante.

O protesto de hoje envolve uma concentração à porta do restaurante.

Segundo a gerência do restaurante, "são infundadas as acusações de agressões" de que Simão Hossi diz ter sido alvo no local, recordando que, "em qualquer instituição, pública ou privada, [existem] regras de decoro e apresentação que devem ser cumpridas por todos os frequentadores".

Segundo Dito Dali, membro da organização da marcha de hoje e um dos 17 ativistas que em 2016 foram condenados a pena de prisão pelo tribunal de Luanda, o caso daquele ativista cívico "é apenas um entre muitos que acontecem todos os dias em Angola", razão pela qual se optou por realizar uma marcha para "denunciar tais atos e manifestar repúdio ante qualquer ato de racismo no país".

"Existem pessoas que são vítimas de racismo, discriminação, xenofobia e que não recorrem à justiça, porque sabem que a nossa justiça está à margem desses problemas, que a nossa justiça não é atuante. Entendemos que temos de sair e denunciar", afirmou.

No entender de Dito Dali, "é inaceitável que as pessoas sejam qualificadas em função das suas vestimentas ou do seu tom de pele".

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