Valdir Cónego, critico aberto à liderança do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder), foi expulso do Comité Central do partido em 31 de outubro "por incorrer em infrações graves, incumprimento de normas e desrespeito dos órgãos do partido".
Hoje, em declarações ao canal do YouTube "Bem Haja", Cónego anunciou que vai recorrer da decisão junto do TC angolano, considerando ter sido expulso "injustamente".
"Vou recorrer, sim, por via do meu advogado, porque consideramos que isso foi uma injustiça, porque o processo foi guiado com intolerância, irregularidade e inconstitucionalidade. Foi uma expulsão compulsiva e, já tinha dito e volto a repetir, esta foi uma expulsão unilateral", disse o militante.
Um mēs depois da deliberação da sua expulsão, Valdir Cónego disse que neste periodo "fechou-se em copas" para analisar o processo devido às "irregularidades e vícios" que diz ter constatado deste o inicio até o seu desfecho.
"Agora penso que fui injustiçado, neste processo disciplinar eu nunca fui ouvido, quando fui para responder à notificação fui com o meu advogado e quando chegamos à sede do partido a coordenadora adjunta da comissão de disciplina e ética informou que o advogado não poderia estar na sala, o que viola as leis e os estatutos do partido", argumentou.
A deliberação da expulsão de Valdir Cónego foi aprovada em 31 de outubro durante a nona sessão ordinária do Comité Central, que decorreu em Luanda sob orientação do seu presidente, João Lourenço.
O Comité Central, nos termos dos estatutos do MPLA e do regulamento da aplicação de sanções partidárias, "aprovou a resolução sobre a sanção disciplinar partidária de expulsão aplicada ao camarada Valdir de Jesus do Sacramento Cónego, por incorrer em infrações graves, incumprimento de normas e desrespeito aos órgãos do partido e a inobservância do código de ética partidária", anunciou o secretário para Informação do MPLA, Esteves Hilário, no final de reunião.
Valdir Cónego manifestou ao partido, em 2024, a intenção de se candidatar a presidente da formação política e da Presidência da República.
Suspenso, anteriormente, do Comité Central, Cónego submeteu ao TC, em agosto, uma providência cautelar para a suspensão do líder desta organização política e Presidente de Angola, João Lourenço.
No documento em que solicitou a suspensão de João Lourenço da liderança do partido, o militante argumentava que endereçou uma carta à secretaria-geral do Comité Central do MPLA com conhecimento a todos os seus membros, como obrigam os estatutos, a pedir o agendamento de uma reunião extraordinária deste órgão "para a suspensão do presidente do MPLA", mas 45 dias passados não obteve resposta.

