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Terça, 14 Outubro 2014 23:06

Eleições Moçambicano verso Angola "une histoire déjà vu"

Uma historia "déjà vu" nas eleições de Angola em 2012, um dia antes da votação, o PRS queixou-se à CNE que só 3.000 dos seus 45.000 agentes eleitorais foram credenciados. Apenas 17.568 delegados de 25.737 agentes da CASA-CE foram credenciados 23.

Quarenta por cento dos agentes da UNITA não tinham credencial e, portanto, não podiam acompanhar o voto. Aldeias inteiras e comunas foram deixadas de fora dos registos do processo eleitoral, enquanto em outras assembleias de voto não abriram.

Nas eleições de Moçambique principais partidos de oposição moçambicanos, Renamo e MDM, convocaram esta terça-feira, véspera das eleições gerais, conferências de imprensa em Maputo para manifestar queixas de atrasos na emissão de credenciais para os membros das mesas de voto.

Em declarações esta terça-feira à tarde aos jornalistas, o porta-voz da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana, maior partido da oposição, António Muchanga, referiu "haver muita lentidão na contratação no processo de creditação dos delegados de candidaturas e dos membros das mesas de votos, sobretudo, os indicados pelos partidos".

Numa conferência de imprensa na manhã desta terça-feira, dia de reflexão,, o MDM, terceira força política do país, acusou o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) [Em Angola é CNE ] de "estar a excluir" os membros de mesas de voto indicados pelo partido, uma alegação já desmentida pelo órgão eleitoral.

Em declarações à imprensa, Lutero Simango, membro da Comissão Política do MDM, mostrou-se surpreendido por, até à manhã de desta terça-feira, "nenhum membro (do partido) ter recebido credenciais" do STAE para as quase mil mesas da cidade de Maputo, à exceção dos elementos destacados para o distrito KaNyaka.

Contactado pela Lusa, o porta-voz do STAE, Lucas José, desmentiu a acusação de "exclusão de quem quer que seja".

Na manhã desta terça-feira, o presidente do STAE, Felisberto Naife, lamentou, em declarações à Rádio Moçambique, o atraso de alguns partidos no envio dos membros das mesas de voto para formação, mas garantiu que quase todas as forças políticas já indicaram o número suficiente para os 17.010 postos eleitorais em todo o país.

Na conferência de imprensa da Renamo, António Muchanga mencionou que "o processo está a correr a contento" e apelou para o respeito da lei eleitoral, "de modo a assegurar a confiança dos eleitores", mas acusou a Frelimo de se ter reunido com os presidentes das mesas de voto nas vésperas das eleições.

"Estamos a ter uma inquietação: o partido no poder está a proceder reuniões entre delegados de candidatura e alguns presidentes de mesa de votação. Uma das dessas reuniões aconteceu na tarde de hoje na cidade de Xai-Xai (província de Gaza, sul do país) num complexo hoteleiro e tenho conhecimento de que uma reunião igual terá tido lugar em Boane (Maputo)", acusou António Muchanga.

Questionado pela Lusa, Cadmiel Muthemba, o diretor do gabinete de campanha do partido Frelimo, desmentiu a acusação, afirmando que a sua formação política apenas manteve reuniões "com os delegados de candidatura".

"Não sei de encontros (nenhuns) com os presidentes das mesas de voto, mas com os nossos delegados de candidatura é nossa obrigação, para estudarmos a legislação que é para eles saberem o que devem fazer" durante o processo de votação, declarou.

Ao abrigo da legislação eleitoral, as mesas de votos terão quatro membros não partidários, de cada um dos três partidos, e, em cada assembleia, haverá também delegados de candidaturas dos três partidos para vigiar o processo.

Falando aos jornalistas, António Muchanga considerou que "a nova lei eleitoral vai assegurar que os resultados sejam justos e transparentes", contudo, apelou "para uma correta interpretação da lei".

"É importante que todos colaboremos para que o presente processo eleitoral seja diferente dos outros pleitos em que tiveram muita coisa de má à mistura", afirmou o porta-voz da Renamo.

Mais de dez milhões de moçambicanos vão escolher hoje um novo Presidente da República, 250 deputados da Assembleia da República e 811 membros das assembleias provinciais.

No escrutínio, concorrem três candidatos presidenciais e 30 coligações e partidos políticos.

Luis Carlos|AO24|LUSA

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