"Quem nunca governou tem a legitimidade de sonhar. Mas todas as coisas na vida são concretizadas pela experimentação. Por isso, tenham calma. Se trabalharem bem vão lá chegar", disse o deputado Manuel da Cruz Neto, que leu a declaração política do MPLA, no âmbito de mais uma reunião plenária Ordinária da Assembleia Nacional que decorre hoje no Parlamento.
Nesta declaração, Armando da Cruz Neto apontou ainda o dedo acusador à oposição por agir sempre no sentido de olhar "com negativismo as acções do Executivo".
"Embora reconheçamos que os debates na especialidade aumentaram de intensidade e qualidade, visando o interesse público, a verdade é que a oposição, na hora de aprovar os importantes instrumentos discutidos por unanimidade, sempre votou contra", lamentou.
Por seu lado, o líder do Grupo Parlamentar do partido do "Galo Negro" optou por levar ao debate a questão do registo eleitoral que considera estar a "decorrer com inúmeras dificuldades" de ordem técnica, material e humana.
Liberty Chiyaka afirmou que "o mandato de 2022 a 2027 vai ser especial, porque no seu decurso, em 2025, Angola completará 50 anos da independência onde o País vai poder fazer o balanço do que ficou "entre o sonho dos que conseguiram a independência e a realidade de hoje".
"Temos de reconhecer que os objectivos políticos económicos e sociais não foram alcançados nestes anos de independência", assinalou o deputado, sublinhando que Angola falhou porque no passado as lideranças "não conseguiram unir, harmonizar e congregar os angolanos".
"Angola falhou porque em 1975 as lideranças políticas optaram pelo caminho de exclusão. Angola falhou porque criou uma sociedade condicionada pelo MPLA que enfraqueceu a cidadania", frisou.
Prosseguindo com as críticas, Liberty Chiyaka referiu que "Angola libertou-se do colonialismo, mais ficou presa à má governação".
"Angola falhou porque não conseguiu redistribuir a riqueza. Angola falhou porque o Estado de Direito foi sequestrado por ordens superiores. Angola está a falhar, porque não dialoga com os seus filhos. Não respeita as diferenças políticas e ideológicas", acrescentou.
Lamentou que o Governo se mantenha indiferente às várias greves que ocorrem nos sectores da Educação, Saúde e Justiça. "Quem fala destas greves é inimigo da paz", observou o parlamentar.
O líder do Grupo Parlamentar da CASA-CE, Alexandre Sebastião André, lamentou que os episódios de intolerância política que aconteceram nos últimos dias, possam criar um "mau ambiente" nas eleições gerais previstas para a segunda quinzena de Agosto deste ano.
"Este comportamento negativo não é positivo face ao aproximar das eleições gerais", alertou o deputado que lamentou a pobreza e a miséria estar a agravar-se no País. NJ