Desde o fecho do caso "Angolagate" que as relações bilaterais têm vindo a melhorar. Facto é que o presidente angolano não marcou presença na cimeira França-África para a paz e segurança no continente africano, realizada em Dezembro do ano passado em Paris. Porém, o chefe de estado angolano não virou costas à capital francesa, quando François Hollande pediu ajuda para colmatar a situação difícil que os funcionários públicos viviam na República Centro Africana.
José Eduardo dos Santos que, neste momento, assume igualmente a liderança da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos, não deverá deixar a questão de Bangui fora de portas. De relembrar que a presidente da RCA, Catherine Samba-Panza deslocou-se a Luanda para pedir ajuda financeira, humanitária e militar. A RCA é também uma questão próxima de Hollande, que no terreno tem o maior contingente militar.
Mesmo sem muitos detalhes sobre esta visita é previsível que a componente económica assuma contornos de relevância.
Manuel Jorge, historiador angolano residente em Franca, refere que esta visita já estava prevista há bastante tempo.
De relembrar, que o caso que ficou conhecido por "Angolagate", diz respeito a um alegado tráfico de armas russas para Angola, nos anos 1993/95. Situação que provocou acesas controvérsias entre Paris e Luanda.
António Luvualu de Carvalho, analista político angolano, sublinha que esta deslocação é também uma forma de virar a página ao caso "Angolagate".
RFI