O partido do “galo negro” considera que estes entendimentos constituem, na verdade, “a ossatura que conduziu ao multipartidarismo e à paz democrática”, preferindo, o partido no poder, acrescenta, realçar as adendas a esses acordos, “que mais não fizeram senão reafirmar as bases assumidas em Bicesse”.
Para a UNITA, “se arquitectos da paz há, esses serão unicamente os que fizeram Bicesse”. Esta “indigestão ou ressaca” da UNITA saiu da reunião número 12 do secretariado executivo da sua Comissão Permanente, de Quarta-feira última, em que foi debatido o papel da comunidade internacional na situação vigente em Angola.
Nada satisfeito com a postura dos parceiros internacionais, que o partido do galo negro diz lamentar, este exprime mesmo “a sua profunda preocupação pelo facto de alguns países, na comunidade internacional, privilegiarem um comportamento mercantilista para com Angola, em detrimento dos valores universalmente conhecidos e reconhecidos em que assenta a democracia”.
REGRESSO DA ODP-BPV
A UNITA atribui o que considera um crescendo da intolerância no país ao ressurgimento das Brigadas Comunitárias de Vigilância, “designadas primeiro por Organização de Defesa Popular (ODP) e depois Brigadas Populares de Vigilância (BPV) no período de monopartidarismo”.
O maior partido da oposição acusa o presidente da República de ter advogado o seu ressurgimento ao anunciar no seu discurso de abertura da última reunião do Comité central.
Na sua constatação, o galo negro sublinha haver uma tendência de regresso ao monolitismo que tem evidências no facto de altos dirigentes do MPLA manifestarem práticas de exclusão sócio-política dos angolanos.
Em contraposição, a UNITA “lança um apelo às classes intelectual e religiosa do país para assumirem uma postura democrática consentânea com as suas responsabilidades perante a Nação angolana, denunciando com coragem práticas que apontem em sentido contrário”.
O PAIS
