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Quarta, 26 Julho 2023 23:39

É melhor enfrentar o medo do que fugir dele

Fugir do medo não ameniza a intranquilidade, nem fortalece o status quo do actual regime, menos ainda fará com que o problema desapareça. Não adianta tentar desviar as atenções do povo que desejam responsabilizar o javali e não o porco. Deixem o porco no chiqueiro o porco. 

Tentar desviar as atenções, esconder a face corrupta do presidente João Lourenço, e utilizar a velha máxima de fritar um membro da entourage, no caso a de Fernando Garcia Miala, para resguardar temporariamente o verdadeiro culpado da situação que o país vive, já não colhe. 

O MPLA , nestes longuíssimos anos ininterruptos de governação totalitária, jamais em tempo algum, o partido da situação foi capaz de introduzir os Angolanos no centro das suas atribuições de gestão administrativa nem no (OGE) orçamento geral do estado, ao contrário disso, o MPLA optou sempre pelo mais fácil que passa pela manutenção do poder pelo poder e no enriquecimento escandalosamente facilitado dos seus dirigentes, tendo os tais dirigentes como uma elite extremamente alicerçada na corrupção que se tornou endémica, e para variar, deu mais valor ao cartão de militante.

Para piorar, valorizou demasiado os expatriados, muitos deles, senão mesmo a maioria, não tinham preparação nem capacidade técnico-profissional para exercer o cargo a que se propunham realizar. É caso para dizer, que essa é tese da antítese que rachou a robustez da nossa angolanidade e esvaziou o orgulho nacional. 

A ironia e desgraça dos angolanos é saber, que os brancos do nosso passado recente, depois do nada conseguido pelo MPLA, trocando por miúdos, deixa ao povo, a certeza de que mesmo os colonos portugueses tão indesejados e combatidos, eram mais amigos de Angola, e cuidavam melhor do povo.

Nesta hora, o MPLA patrono da constituição não tem espaço para negar a sua aplicação, negar as leis atípicas que desenhou a sua medida. 

O BP do MPLA precisa perceber que o povo despertou e merece viver com dignidade. 

O MPLA precisa de reconhecer, que o país deve estar acima do partido e por isso, de nada valem as repetidas manobras de desinformação e manipulação desses gabinetes fantasmas que o povo já se cansou dele. Os Angolanos precisam de dar as mãos e aproveitar essa iniciativa para juntos estarem à altura dos enormes desafios para se recuperar a economia e restaurar a dignidade do povo. 

Angola tinha no passado números recordes na produção e exportação de vários produtos a nível mundial. O MPLA não se pode abstrair das suas responsabilidades e negar com tanto descaramento, que o resultado directo da crise tem as suas impressões digitais. 

A maior herança do MPLA é o aprofundamento da pobreza e da miséria no país, que entre muitas consequências nefastas mata as esperanças da juventude e provoca um dos piores IDH em Africa. 

Quando um país em guerra como a Ucrânia é a solução da segurança alimentar para Angola, esse governo e seu partido deveriam ter a vergonha alheia e entregar o poder e pedir a demissão colectiva. 

Resta, como irmãos Angolanos e sem alternativa, todos os deputados, os deputados do MPLA, retirarem a cabeça da areia e se regenerarem, deixando o velho hábito de pensar com a barriga, e aproveitar essa iniciativa para reformular outras políticas, a revisão da constituição no excesso de poderes ao Presidente, aprovar o último diploma das autarquias e marcar sem demora a realização das mesmas em todos os actuais municípios. 

O povo já percebeu e vai se bater para que o MPLA entenda de uma vez por todas que em Angola não há lugar para vacas sagradas e que nem o senhor Presidente da república está acima da lei. 

O respeito da constituição, implica direitos e oportunidades iguais, transparência, e o fim da impunidade, respeito ao erário público, combate dos interesses ligados aos grupos económicos, e a interdição aos monopólios.

Estamos juntos

Por Raúl Diniz

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