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Segunda, 27 Janeiro 2014 12:09

Dona do navio-tanque Kerala vai esclarecer contradições com Angola ainda hoje

A empresa Dynacom Tankers vai nas próximas horas esclarecer as contradições que existem entre a marinha angolana e a versão oficial da Dynacom sobre o que se passou no alegado sequestro do navio-tanque Kerala, ao largo de Angola.

"Estamos à espera que o navio atraque para falarmos com as pessoas, mas o que aconteceu já está explicado no comunicado", disse o porta-voz da empresa à Lusa, a partir de Atenas, prometendo mais informações para ainda hoje.

Em causa está saber se o navio-tanque Kerala, que transportava petróleo da Sonangol, foi ou não sequestrado por piratas do mar no dia 19, no seguimento de perda de comunicação no dia 18, como diz a empresa, ou se tudo não passou de uma encenação, como defende a marinha angolana.

Em comunicado colocado no domingo no site da empresa grega, a empresa proprietária do navio com bandeira liberiana MT Kerala assegurou que a embarcação foi atacado por piratas, que "sequestraram o navio junto à costa angolana e roubaram uma grande quantidade de carga pelo sistema STS ['ship-to-ship']", acrescentando que "os piratas já desembarcaram" e que não há registo de vítimas.

A empresa reafirma o seu compromisso com a segurança da tripulação, o meio ambiente e a própria embarcação e destaca que está a lidar com o incidente "em colaboração com as autoridades competentes", mas sem citar quais são.

O comunicado da DynaCom foi publicado horas depois de a Marinha angolana ter desmentido qualquer tipo de incidente com o Kerala. Em declarações à Lusa, o porta-voz da Marinha de Guerra angolana, capitão Augusto Alfredo, disse que o presumível sequestro não passou de um embuste.

O Kerala, com pavilhão liberiano, foi fretado pela petrolífera angolana Sonangol, que em comunicado envido sexta-feira à Lusa confirmou o desaparecimento do navio-tanque.

Nesse comunicado, a Sonangol acrescentava que desde o passado dia 19 tinha perdido o contacto com o Kerala, que tinha a bordo 27 tripulantes de nacionalidades filipina e indiana.

Segundo o porta-voz da Marinha angolana, capitão Augusto Alfredo, o Kerala, embarcação de 60 toneladas que aguardava autorização para atracagem no porto de Luanda, para cumprir um frete da petrolífera angolana Sonangol, simulou o sequestro em conluio com um rebocador já referenciado noutras acções de sequestro ao largo do Gabão, em 2013.

O Kerala e o rebocador Gare foram já referenciados em águas nigerianas.

"O petroleiro Kerala, cujo contrato de prestação de serviço à Sonangol termina no próximo dia 12 Fevereiro, na noite do dia 18 desligou o sistema de comunicação e navegou em direcção à Nigéria", disse o capitão Augusto Alfredo à Lusa.

Segundo explicou o oficial angolano, "tudo aconteceu quando o rebocador Gare, que é réplica de um outro com o mesmo nome e que havia participado em acções de pirataria no Gabão no ano passado e que está desactivado na Nigéria, se aproximou do Kerala, entrou em comunicação com este e de seguida o petroleiro levantou âncora e rumaram os dois para a Nigéria".

"Portanto tudo não passou de uma simulação de sequestro da parte da tripulação e do seu agente. Neste momento, o rebocador Gare e o petroleiro Kerala estão na Nigéria", frisou.

O capitão Augusto Alfredo reafirmou que "não há qualquer acção de pirataria nas nossas águas nacionais".

Lusa

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