Segundo o porta-voz da corporação, subcomissário Aristófanes dos Santos, que falava em conferência de imprensa, caso alguns cidadãos insistirem em pôr em causa a ordem e a segurança pública, a corporação ver-se-á obrigada a usar dos meios disponíveis para fazer valer a Lei.
Informou que a Polícia Nacional dispõe de dados de que, a acontecer, a manifestação convocada pela UNITA "não será pacífica" e tem indicadores de que poderia dar lugar a uma contra manifestação.
"Perante estes factos e com as informações que temos e meios apreendidos: cartazes, camisolas, entre outros, não podemos deixar com uma certa leviandade que se instale o caos na ordem interna", declarou.
Recordou que a direcção do Ministério do Interior aconselhou, num encontro realizado nesta quinta-feira, em Luanda, os responsáveis da UNITA a não realizarem esta manifestação, tendo em atenção as possíveis contra manifestações.
Segundo o oficial, o clima gerado nos últimos 15 dias pelos dois partidos criou um certo ambiente impróprio para a realização de manifestações públicas.
"O único órgão em Angola competente para avaliar o estado da segurança pública é o Ministério do Interior. Foram os dois partidos políticos comunicados, mediante carta, de que não deveriam realizar estas manifestações", frisou.
O subcomissário Aristófanes dos Santos vincou que em circunstância alguma o MININT, concretamente a Polícia Nacional (PN), vai permitir que a ordem e a segurança públicas sejam beliscadas.
"O artigo 47º da Constituição é claro sobre as formas como as manifestações devem ocorrer. Porém, também é constitucional o direito à segurança", sublinhou.
Adiantou que para haver uma manifestação na via pública, carece de um parecer favorável e até de um acompanhamento claro das forças em serviço de segurança.
"Não havendo condições para a realização das manifestações, por razões de segurança, as manifestações políticas programadas para o dia 23 do partido UNITA e do partido MPLA, não deverão ser realizadas", advertiu a fonte policial.
Isto significa que, lamentavelmente, nós vamos impedir a realização de qualquer manifestação de ordem política ou partidária, tendo em atenção os factores enumerados", fez notar.
Por este facto, apelou aos cidadãos nacionais e estrangeiros a não participarem destas manifestações, sendo que os seus realizadores deverão assumir toda a responsabilidade que advir do seu comportamento.
"Apelamos aos cidadãos a continuarem atentos. A paz foi algo que muito custou a conquistar. Por isso, não podemos hoje, de forma inadvertida e com alguma irresponsabilidade, colocar em causa um povo sofredor que teve muitos anos de guerra", expressou.
Referiu, por outro lado, que em qualquer parte do mundo a Polícia tem a responsabilidade da garantia da ordem e segurança pública no plano interno.
"Nós não podemos nos escusar das nossas responsabilidades e, como disse, não permitiremos em nome da paz pública e do bem-estar de todos os cidadãos que hajam essas duas manifestações de carácter partidário (…)", concluiu.
ANGOP