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Quinta, 17 Julho 2025 12:56

PR moçambicano diz que extrema-direita quer “mudar regimes à força” no mundo

O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, afirmou hoje que o crescimento da extrema-direita no mundo, incluindo em Moçambique, usa política de “rua e das redes sociais” e que, através das “manifestações violentas”, tenta “mudar regimes à força”.

“Há uma onda global liderada pela extrema-direita que acha que a política é feita na rua, nas redes sociais, agitando pessoas, não respeitando as instituições democraticamente eleitas e instituídas e não respeitando as autoridades legalmente instituídas”, denunciou Daniel Chapo, ao orientar uma aula no Instituto Superior de Estudos de Defesa Tenente-General Armando Emílio Guebuza (ISEDEF), na província de Maputo, sul do país.

Para o chefe de Estado, o mundo, incluindo Moçambique, tem sido vítima de uma onda de manifestações “violentas e ilegais”, apontando que nos últimos anos ocorreram em países como Angola, Quénia, Zimbabué, África do Sul, Venezuela e Estados Unidos da América, após a realização de eleições, movidos pela extrema-direita, cujo objetivo é tirar do poder os partidos libertadores.

Segundo o Presidente moçambicano, estas manifestações, em todo o mundo, “foram preparadas muito antes dos resultados eleitorais” pela extrema-direita, nos países antes referenciados, que incluem Moçambique, cujo objetivo é atentar contra regimes que “tentaram mudar por via de eleições”.

“E como não conseguem, é preciso usar uma nova estratégia de usar a força, usando protestos, usando sobretudo as questões relacionadas com manifestações violentas, que transformam num autêntico terrorismo urbano, que consiste na destruição de bens públicos e privados para dilacerar as economias dos países e consequentemente colocar os povos contra os seus próprios governos”, disse Daniel Chapo, apelando ao fim destes atos.

“Cada um de nós como moçambicano precisa ficar extremamente atento a esta onda e a esta nova forma que a extrema-direita encontrou de fazer política de rua, de desacato às autoridade locais, não é só em Moçambique, como fiz referência aqui, mas a nível da região, e isto tem tido mais incidência naqueles onde os partidos libertadores continuam no poder”, referenciou o chefe do Estado moçambicano.

Chapo pediu uma intervenção de todos, incluindo das Forças Armadas e de Defesa de Moçambique, para travar estes protestos no país, justificando que atrasam o desenvolvimento do país com a destruição de infraestruturas públicas e privadas.

“Um dos pretextos para estas manifestações violentas [é que] têm como objetivo mudar os regimes à força. É a questão relacionada com um conceito completamente errado que tem sido difundido, do significado da democracia. Alegam que a democracia é alternância e tem que ser forçosamente alternância”, disse o Presidente moçambicano.

Para Chapo, a democracia “não tem que ser forçosamente alternância”, mas uma escolha de um povo que “decide votar voluntariamente num determinado líder, numa determinada organização partidária”.

Moçambique viveu desde as eleições de outubro de 2024 um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas por Venâncio Mondlane, que rejeitou os resultados eleitorais que deram vitória a Daniel Chapo, culminando com cerca de 400 mortos, de acordo com dados das organizações da sociedade civil que acompanharam o processo.

O Governo moçambicano confirmou anteriormente, pelo menos, 80 óbitos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias durante as manifestações.

Após meses de manifestações de contestação aos resultados eleitorais, o chefe de Estado e Venâncio Mondlane encontraram-se pela primeira vez em 23 de março, em Maputo, e acordaram pela pacificação do país, repetindo o encontro em 21 de maio.

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