Donald Trump anunciou que os Estados Unidos vão suspender o financiamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), por esta ter deixado implícito, a determinado ponto, que o coronavírus "não era transmissível", refere o The Guardian sublinhando que não há qualquer prova de que aquela organização o tenha feito.
O chefe da Casa Branca também afirmou que há informação "credível", de dezembro, sobre a suspeita da transmissão entre humanos e que a OMS não deu uma resposta apropriada. "Os seus erros provocaram imensas mortes", afirmou.
E aqui o The Guardian chama igualmente a atenção para o facto de Peter Navarro, conselheiro económico de Trump, ter feito chegar ao presidente, em janeiro, um memorando sobre o potencial de este novo coronavírus poder matar centenas de milhares de norte-americanos e fazer descarrilar a economia dos EUA se não fossem tomadas medidas de imediato. Trump, recorde-se, "subestimou a gravidade da crise até março – e já o mês ia avançado", destaca aquela publicação no seu website.
Donald Trump diz que a OMS divulgou informação errada sobre o vírus que estava a ser veiculada pela China e adiantou, citado pelo The New York Times, que a sua Administração está a avaliar a forma como a organização tem gerido esta pandemia.
"Ordeno a suspensão do financiamento para a Organização Mundial da Saúde enquanto estiver a ser conduzido um estudo para avaliar o papel da OMS na má gestão e ocultação da disseminação do novo coronavírus", disse.
China has been working very hard to contain the Coronavirus. The United States greatly appreciates their efforts and transparency. It will all work out well. In particular, on behalf of the American People, I want to thank President Xi!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) January 24, 2020
O presidente norte-americano também criticou a OMS por elogiar a "transparência" da China, mas o The Guardian recorda que o próprio Trump fez o mesmo num tweet publicado a 24 de janeiro.
Reabertura da economia
Após uma declaração polêmica na segunda-feira - quando afirmou que "quando alguém é o presidente dos Estados Unidos, a autoridade é total" - ao dizer que decidiria sozinho quando a economia do país seria reaberta, o presidente voltou a tocar no assunto de forma mais moderada. "Os planos para reabrir o país estão quase finalizados e em breve estaremos compartilhando detalhes e novas diretrizes com todos", disse.
Assim como decretaram as quarentenas e, em alguns casos, penalizações, os governadores também têm poder para decidir quando autorizar a abertura de estabelecimentos e retomada de atividades em cada estado.
Trump, entretando, afirmou que irá "autorizar" os governadores a fazer isso de acordo com seus próprios julgamentos.