As cenas gay da novela Jikulumessu estão a ser refeitas, mas outros temas polémicos retratados na novela estão a causar polémica.
Nos últimos dias foram várias as força vivas que contestaram o foco colocado na questão da homossexualidade quando a novela trata de outros assuntos fracturantes, como o consumo de droga, a delinquência juvenil, a poligamia, o mediatismo e a ganância. Sendo que esses temas não receberam qualquer contestação, apesar de fazerem parte do dia-a-dia da vida angolana.
A advogada Ana Paula Godinho foi uma das personalidades que se mostraram indignadas, através das redes sociais, pelo facto de a TPA ter suspendido a emissão da novela devido à cena de um beijo entre dois homens. A causídica questiona se a cena não «está a retratar a realidade que temos e não queremos ver?». Com isto, entende que no país vai continuar a «fazer-se política de avestruz».
Relata que foi ver a novela, pela primeira vez (quando recomeçou), e acabou por ficar estupefacta! «Há um tipo que tem duas mulheres [Ivo Kapala] e a segunda, desmanchada em lágrimas, confidencia ao filho que afinal o pai não ia trabalhar, ia ter com a outra família. Há uma senhora casada que parece que tem afectos mil, encobertos por lençóis com o motorista da casa». Lamenta que com estes factos ninguém se indigne. «A indignação surge porque dois homens se beijaram», exclama dizendo «santa paciência».
Depois de Windeck, o canal português RTP 1 volta a apostar mais uma vez numa novela de produção angolana. Jikulumessu, que tem 120 capítulos, chegará ao pequeno ecrã a 4 de Maio.
A garantia foi dada pelo director de programas da RTP, Hugo Andrade, para quem a novela é uma das melhores produções de ficção que já viu: «Ao nível técnico, de produção de ficção, é das melhores coisas que eu já vi na minha vida. Ainda por cima a equipa técnica [da Semba Comunicação] é em grande parte portuguesa», disse recentemente.
Quanto às alterações que estão a ser feitas, o responsável da Semba desvaloriza, e garante que o público português irá ver os capítulos que estão a ser emitidos em Angola. Já sobre a possibilidade da não emissão do «beijo gay» que criou polémica em Angola, a fonte foi peremptória: «Isso vai depender da direcção da RTP».
Sol