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Sexta, 22 Janeiro 2016 11:29

Dólar bate record de 40 mil kwanzas no mercado informal

Pressionados com a descida do preço do barril de petróleo no mercado internacional, a falta de divisas na banca comercial e nas casas de câmbios, a nota de 100 dólares americano bateu o record e está a ser comercializado por 40 mil kwanzas no mercado informal.

No presente ano económico os bancos comerciais entraram praticamente sem divisas. Com as dificuldades no acesso à moeda estrangeira nos bancos comerciais e casas de câmbios, o mercado paralelo, apresenta taxa de câmbio que rondam os 400 kwanzas por cada dólar, um valor acima de 150% do câmbio oficial, onde a nota de um dólar está a custar 155 e 161 kwanzas, para a compra e venda respectivamente. Trata-se do valor mais alto na comercialização de dólares no mercado informal desde a crise das divisas em Angola iniciada em finais de 2014. A forte subida de preço para compra de dólares no mercado informal nos últimos dias acompanha a desvalorização da moeda nacional realizada pelo Banco Nacional de Angola (BNA), na primeira semana de Janeiro. Parece que os 187 milhões de dólares vendidos pelo BNA na semana passada não resolveu, porque o mercado das ‘kinguilas’ continua a dominar a venda de moeda estrangeira no país, enquanto os bancos comerciais e as casas de câmbio praticamente não vendem divisas. Entretanto, o envio de remessas para o estrangeiro por transferência bancária apresenta vários constrangimentos, com cancelamentos de cartões visas e a imposição de limites nas transações.

“Trata-se de uma rede organizada”

O economista Victor Hugo acha que a especulação do dólar no mercado informal, já não se trata de pequenos revendedores vulgo kinguilas, trata-se de uma rede organizada para desestabilizar as políticas económicas do Estado. “Isso deve ser combatido o mais rápido possível, porque já não se trata de uma acção de duas ou três kinguilas”, avisa. Victor Hugo acrescenta que o cenário macroeconómico que o país atravessa, é “normal” que se registem acções de especulações, mas não nas proporções actuais, em que o mercado paralelo dita os preços. “Ao preço actual ninguém consegue dólares. Julgo ser uma acção coordenada por grandes agentes, e isso é um crime.

Para combater é preciso identificar as pessoas implicadas, para que digam onde e como conseguem esses dólares”, defende. O economista alerta para o risco de essa prática levar o país a um colapso económico financeiro, onde o controlo da inflação vai ser cada vez mais difícil, na medida em que quem determina a inflação não são os preços formais mas sim os informais. Hugo entende que perante esse cenário, os pequenos revendedores formais que pagam os seus impostos e vendem os seus bens e serviços vão ser obrigados a adaptar-se aos novos preços estipulados pela economia informal. “Se a situação continuar alguns agentes económicos vão fechar as portas, porque não terão capacidade de adquirir a matéria-prima no exterior, espero que as autoridades tomem medidas, para tal o país tem que se endividar muito para salvar a economia”

Semanário Econômico

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