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Sexta, 04 Setembro 2015 15:28

Preços em Luanda subiram mais de 10% em doze meses

Os preços em Luanda subiram mais de 10% no último ano, até julho, voltando a ultrapassar a meta definida pelo Governo para 2015, segundo informação do Instituto Nacional de Estatística (INE) angolano.

De acordo com o mais recente relatório de INE sobre o comportamento da inflação até julho, a variação homóloga dos preços em Luanda situou-se em 10,41%, um aumento de 3,43 pontos percentuais face ao mesmo mês de 2014, motivado pela crise decorrente da quebra na cotação internacional do petróleo.

Angola viu reduzir a receita fiscal para metade e a entrada de divisas no país, agravando o custo das importações e o acesso a produtos, inclusive alimentares.

Estes dados do INE indicam que, analisando a situação a meio do ano (mas com o total de doze meses), voltou a ser ultrapassado, tal como em junho, o intervalo (7 a 9%) para a inflação anual previsto pelo Governo angolano no Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2015, revisto em março precisamente devido à crise petrolífera.

A taxa de inflação a doze meses representa um máximo de praticamente três anos, tendo em conta os dados do INE.

Ainda segundo o mesmo relatório, o nível geral do Índice de Preços no Consumidor (IPC) em Luanda - única província com dados a 12 meses - registou uma subida de 1,35% entre junho e julho de 2015, com a classe "Bebidas Alcoólicas e Tabaco" a liderar os aumentos (1,93%).

A Lusa noticiou em agosto que, segundo o Banco Angolano de Investimento (BAI) Europa, a crise que afeta Angola deverá comprometer as metas do Governo de manter a inflação abaixo dos 9% em 2015.

A situação é explicada no boletim daquele banco sobre o comportamento da economia angolana no terceiro trimestre com as consequências da crise da quebra da cotação internacional do barril de crude.

"É agora expectável, com o maior deslizamento cambial, uma aceleração dos preços, afigurando-se razoável admitir, desde já, a impossibilidade de cumprir o objetivo anual da inflação que, segundo a proposta de Revisão do OGE, não deveria exceder 9%, em média anual", escrevem os analistas do BAI Europa.

A posição é justificada também com base no conjunto de políticas - orçamentais, cambiais, monetária e outras -, preparado pelo Governo para lidar com as dificuldades, nomeadamente de acesso a divisas. Dizem os especialistas daquele banco - cujo grupo é um dos maiores em Angola - que "uma das consequências prováveis" destas medidas "deverá fazer-se sentir ao nível dos preços no consumidor, devido ao peso dos produtos importados nas despesas de consumo das famílias".

LUSA

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