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Segunda, 08 Dezembro 2014 14:03

Angola entre países mais vulneráveis a descida do preço do petróleo

A queda vertiginosa do preço do petróleo, que já se vaticina poder chegar aos 40 dólares, está a dar dores de cabeça a alguns países chave na cena política internacional, como a Rússia. Angola, segundo a generalidade dos analistas, está entre os mais vulneráveis à descida, por ter marcado passo na diversificação da sua economia.

Depois de a OPEP ter rejeitado cortes na produção, a queda do preço de referência do petróleo acelerou e já é comparada às maiores de sempre. Marie-Claire Aoun, analista de energia do Instituto de Relações Internacionais francês, afirma que as economias mais avançadas do Golfo têm margem de manobra, ao contrário dos países africanos.

 “Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Qatar podem viver com preços petrolíferos relativamente baixos durante algum tempo. Mas este não é o caso do Irão, Iraque, Nigéria, Venezuela, Argélia e Angola”, afirmou Aoun em nota de research.

 “A forte pressão demográfica está a aumentar as suas necessidades energéticas e orçamentais. O preço do crude é crucial para as suas economias porque falharam na diversificação”, adianta a analista. O petróleo dos países do Golfo é de mais fácil extração, logo sua venda tem uma margem de lucro maior.

O colapso do preço do petróleo – 38 por cento desde o início do ano – já é considerado o maior desde a crise financeira de 2008. O seu impacto é equiparado à crise de há 30 anos, que deixou o México à beira do incumprimento da dívida e mesmo ao fim da União Soviética.

Entre os principais afetados está a Rússia, principal produtor mundial. Mas também as economias fortemente subsidiadas da Venezuela e Irão estão a sofrer o impacto.

As receitas petrolíferas representam perto de metade do PIB angolano e 90 por cento das entradas de reservas de moeda estrangeira. O kwanza tem vindo sucessivamente a registar mínimos históricos, e já desvalorizou perto de 3 por cento desde setembro. A desvalorização da moeda significa que as importações, de que Angola depende, vão tornar-se ainda mais caras.heim.

No caso angolano, a austeridade orçamental é já um dado adquirido para os próximos tempos. Mas também será necessário um aumento do financiamento externo, através de obrigações ou empréstimos sindicados.

A possibilidade de um resgate do Fundo Monetário Internacional, tal como aconteceu em 2008, não está afastada.

AM

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