Na sua visita oficial de três dias em Moçambique o ministro das Relações Exteriores angolano, Georges Chikoti, afirmou hoje em Maputo que as relações entre Moçambique e Angola são prejudicadas por negligência dos governos dos dois países.
"Há uma neglicência entre as duas partes, poderíamos ter feito muito mais para dinamizar a cooperação", disse Georges Chikoti, falando à imprensa, após uma audiência com o primeiro-ministro moçambicano, Carlos Agostinho do Rosário.
Assinalando a existência de laços históricos entre os dois países, Georges Chikoti disse que Moçambique e Angola precisam de acelerar a cooperação e que a distância entre os dois países não pode constituir um obstáculo.
Os setores energético, agrícola e turístico foram apontados como prioritários pelo chefe da diplomacia angolana e os mais de 20 acordos que disse existirem entre os dois países devem passar do plano teórico para o prático.
"Nós temos a mesma língua e a mesma história e isso deveria ser um incentivo", declarou, observando que são necessários encontros constantes entre empresários angolanos e moçambicanos.
Com esta visita, prosseguiu o governante, os dois países "relançaram as relações", discutindo formas de implementação dos memorandos já assinados.
"É preciso percebermos que os países normalmente têm acordos mas o mais importante é estimular estas relações", concluiu o governante angolano, referindo que "ainda há muita coisa que pode ser feita" entre Moçambique e Angola.
Em fevereiro, os dois governos assinaram em Maputo um acordo de facilitação de vistos, como forma de dinamizar as relações comerciais no setor privado.
Angola e Moçambique mantêm "excelentes relações de cooperação" a nível bilateral e a nível da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), dos Países de Língua Oficial portuguesa (PALOP) e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), entre outras organizações internacionais.