"Um preço médio de 30 dólares este ano teria um impacto negativo de 16% nas receitas orçamentadas para 2016, assumindo a taxa de imposto de 35,1% do Orçamento Geral do Estado", escrevem os analistas da consultora, pormenorizando que "isto significa que as receitas seriam inferiores ao esperado em 3,6 mil milhões de dólares".
Na análise de sensibilidade da economia angolana à descida do preço do petróleo, que caiu de cerca de 110 dólares no verão de 2014 para a casa dos 30 dólares este ano, o economista-chefe da Eaglestone, Tiago Dionísio, acrescenta que "no pior caso possível (preço de 30 dólares e uma taxa de imposto de 30%), a quebra nas receitas seria de 4,7 mil milhões de dólares e o défice atingiria os 10,6% do PIB (muito acima dos 5,5% previstos no OGE)".
A nota de análise, a que a Lusa teve acesso, revela também que não é esperada uma retificação ao Orçamento, que prevê que o preço médio do barril fique nos 45 dólares este ano, mas a hipótese não é afastada tendo em conta os valores a que é transacionado esta matéria-prima.
"Angola tem pela frente um ano difícil e a incerteza em torno da evolução do preço do petróleo apresenta riscos consideráveis para a execução orçamental e perspetivas de crescimento económico, por isso decidimos baixar as nossas previsões de crescimento do PIB para 3,2%", de 3,5% previstos anteriormente", motivado pelo "fraco desempenho do setor não petrolífero", escrevem os analistas da Eaglestone, que prevêem que Angola cresça 3,6% no próximo ano.
Lusa