Avolumam-se os sinais de resistência à mudança por parte do clã do antigo Presidente da República. Outro sinal a registar é o que está a acontecer em torno da Semba Comunicação, empresa de gestão e produção multimédia de que são proprietários Welwitchia dos Santos “Tchizé” e José Paulino dos Santos “Córeon Dú”.
Nos últimos dias correram rumores de que a Semba Comunicação estaria a preparar-se para, voluntariamente, cessar o contrato de gestão que a liga, vai já para uns dez anos, à Televisão Pública de Angola (TPA) e por via do qual tem gerido e produzido conteúdos para o Canal 2.
A acontecer, tal renúncia traduziria apenas a antecipação de um desejo latente quer de grande parte dos funcionários da estação televisiva, como de vastos sectores da sociedade que jamais viram com bons olhos o “açambarcamento” da TPA pelos filhos de José Eduardo dos Santos.
Mas as notícias que aludem a uma suposta renúncia não passaram mesmo de rumores, pois, pelo menos por enquanto, não há nota de que a empresa de Tchizé e Córeon Dú se tenha predisposto a encetar diligências para deixar a TPA pelo próprio pé.
Pelo contrário, tudo indica que a Semba Comunicação estaria a preparar-se para levar o dossiê para uma espécie de disputa corpo-a-corpo, a avaliar por aquelas que foram as suas últimas movimentações.
Sabe-se, por exemplo, que a empresa de comunicação tinha nos estúdios da Rádio Nacional de Angola (RNA) um dos seus locais preferenciais para a produção de conteúdos. Ora, o que se viu nos últimos dias foi o pessoal da Semba Comunicação a transladar todo o equipamento técnico que tinha na estação radiofónica para o centro de produção da TPA em Camama, onde consta que terá mesmo ocupado, sem autorização, o mais importante dos seus estúdios.
O futuro da relação entre a Semba Comunicação e a TPA foi entretanto adensado com a extinção, por despacho do novo Presidente da República, do Gabinete de Revitalização da Comunicação Institucional e Marketing da Administração (GRECIMA), que vinha sendo, na realidade, o grande suporte, quer político como financeiro, da empresa de Tchizé e Córeon Dú. (Correio Angolense)