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Domingo, 02 Outubro 2016 09:35

Higino Carneiro "rompe" barreiras: Demolições travadas e militares retirados do Zango

O governador da província de Luanda conseguiu furar o "muro" erguido pelos militares no Zango e, após uma visita às zonas de demolições, o número de efectivos no local foi reduzido. As populações começaram a regressar aos locais de onde foram expulsas.

As demolições de moradias na zona dos Zangos pararam e os militares ali destacados começaram a ser retirados do local, informaram, esta semana, ao Novo Jornal fontes ligadas ao processo. O feito é atribuído ao governador de Luanda, Higino Carneiro, que, recentemente, visitou aquele território, rompendo assim as barreiras erguidas pelos soldados.

A visita do governador de Luanda às zonas demolidas, de acordo com as nossas fontes, aconteceu no dia 13 de Setembro. Higino Carneiro visitou o local acompanhado de uma delegação que integrava também o administrador municipal de Viana e o secretário itinerante do MPLA, Bento Kangamba, para além de outras entidades do governo e do partido no poder.

A comitiva do governador, segundo relatos das fontes, foi escoltada por um cordão de segurança, composto por um patrulheiro da polícia militar, um motoqueiro da unidade de trânsito e polícias da ordem pública afectas à zona dos Zangos.

Durante uma hora e meia, das 14h00 às 15h30, e sem descer da viatura, Higino Carneiro e a sua comitiva circularam pelas zonas demolidas, nos Zangos 4, 3 e 2. A ronda apenas não incluiu o Zango 1, onde, segundo as testemunhas, os responsáveis tiveram dificuldade em chegar devido ao mau estado da via de terra batida, que ficou intransitável em consequência dos buracos e dos escombros.

"Depois desta visita, as demolições pararam e os militares começaram a ser retirados do Zango, graças a Deus. Os generais já não estão lá, apenas ficaram os subordinados. O número de efectivos militares reduz a cada dia que passa", pormenorizaram as fontes do NJ.

Alguns populares que viram demolidas as suas residências começaram já a regressar àquelas localidades na esperança de serem ressarcidos dos danos morais e materiais provocados pelos militares, que à missão, atribuída à Zona Económica Especial (ZEE), acresceram um rol de barbaridades.

Entre os actos de violência de que os militares são acusados contam-se violações, ataques a residências, roubo de bens, espancamentos e mortes, como foi o caso do adolescente Rufino António, assassinado a tiro, em Agosto.

NJ.

 

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