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Sábado, 17 Setembro 2016 05:20

Reclusos Bruno e Gilson foram torturados por agentes dos serviços prisionais e da PIR.

No dia seguinte à denuncia do "holocausto" dos jovens reclusos presos no Estabelecimento Prisional de Viana, isto é, a 14 de Setembro, Gilson Álvaro Teixeira (à esquerda) e Bruno Leite (à direita) foram torturados durante horas por agentes dos Serviços Prisionais e da Polícia de Intervenção Rápida (PIR). 

Uma fonte do Estabelecimento relata: "os polícias penitenciários nos surpreenderam num total de 6 (seis), com o tal de "chefe" que atende pela alcunha de Manda Lixo, a agir como Chefe da Revista e o Director Interino do Bloco E, o senhor Fernandes de Jesus. Por volta das 12h30 primeiramente levaram o Bruno à rea da Área da "Tosse", um lugar onde os presos são torturados pelos agentes da PIR[Polícia de Intervenção Rápida] para confessar [o suposto] crime de [ter feito vazar as fotos] da cadeia. O Bruno confessou tudo, acerca das imagens e assumiu ser proprietário dos dois telemóveis encontrados na sua cela no acto da revista".

A fonte que temos vindo a citar acrescenta que "eles [os agentes] não revistaram a caserna, apenas revistaram a cela do Bruno e a revista da cela levou quase 1 (uma) hora, destruíram camas, rasgaram colchões e deitaram os xaropes da medicação que só chegam por intermédio dos familiares , visto que padecemos de infecção pulmonar e a cadeia não tem medicamentos, somente os familiares os trazem com ajuda das receitas que o Posto Médico local nos passa. Eles encontraram dois telemóveis, 1 do Bruno ( vulgo laranjinha), outro do seu 'companheiro' de cela (de marca Alcatel), mas os mesmos telemóveis não têm câmaras, o que lhes suscitou alguma duvida, por acreditarem na possibilidade de haver outros telemóveis". 

Como se pode ver, o Director do Estabelecimento Prisional de Viana, o Chefe interino do Bloco em causa, o Chefe da Segurança, o Director Geral do Serviço Penitenciário e o Ministro do Interior demonstram estar nervosos com o facto de o " holocausto" ter sido denunciado. As fotos são verdadeiras. Não são manipuladas, tal como tentou fazer crer o Porta-voz do Serviço Penitenciário, Meneses Cassoma (que foi expressamente orientado a desmentir o indesmentível!) 

A nossa fonte prossegue o relato:"neste momento, o Bruno foi para a Cela de Castigo e ficará lá 21 por dias, e abriram um processo pelo telemóvel encontrado em sua posse. Também poderá ser transferido para outra cadeia, como tem sido hábito."

Algumas horas depois da tortura do Bruno, os agentes prosseguiram. Diz-nos a fonte: "acabaram de vir buscar agora mesmo o jovem que dividia a cela com o Bruno, que e é o Coordenador Geral da Caserna, ele também foi levado à Área da "Tosse" debaixo de pancadas. Ele se chama Gilson Álvaro Teixeira." 

Nota importante: Bruno e Gílson foram vistos às 14h00 de ontem, 16 de Setembro, a serem levados para um carro do SPIC (Serviço Provincial de Investigação Criminal). Não foi ainda apurado o verdadeiro paradeiro dos dois reclusos.

Por Nuno Álvaro Dala

 

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