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Segunda, 13 Abril 2015 23:01

Para onde foram os USD 100 milhões do Fundo Soberano?

Instituição faz pagamento a empresa que não tem ao seu serviço “um funcionário sequer”.

O Fundo Soberano de Angola (FSDEA) procedeu, a 22 de Janeiro passado, a uma transferência de Kz 9.948.750,000 (equivalente na altura a cerca de USD 100 milhões) à empresa Kijinga S.A, que partilha escritório com o Banco Kwanza Invest, criado pelo actual presidente do FSDEA, José Filomeno dos Santos.

Em notícia publicada pelo site Maka Angola, o jornalista Rafael Marques questiona a transacção, tendo em conta que a empresa não tem ao seu serviço “um funcionário sequer”, escreve

“Como pode uma empresa sem qualquer funcionário declarado prestar serviços ao Fundo Soberano no valor de quase USD 100 milhões?”, pergunta.

O jornalista escreve ainda que a transacção financeira “especifica apenas que se trata do pagamento de uma nota de cobrança, datada de 13 de Janeiro de 2015″.

Criada a 4 de Dezembro de 2012, a Kijinga S.A. foi constituída, de acordo com o Maka Angola, tendo como accionistas formais Pascoalina Natacha Daniel Sambo, Sendji Alexandre Vieira Dias, Mário Augusto dos Santos Mangueira, Cira Cláudia Ferreira Custódio Medrôa e Djanir de Nazaré Ferreira da Conceição (ora Junqueira).

“O único indivíduo da lista que não tem, aparentemente, quaisquer ligações institucionais ao BKI ou aos seus sócios e gestores é Sendji Alexandre Vieira Dias, quadro da empresa nacional de diamantes, a Endiama, aponta Rafael Marques.

Em mensagem enviada por e-mail ao Maka Angola, José Filomeno dos Santos disse que o “Fundo Soberano de Angola realizou o capital próprio de Kz 9.950.750.000,00 num veículo comercial que está focado para a criação de incubadoras de micro-negócios para os empresários angolanos. Esta iniciativa representa o primeiro projecto de integração social no país realizado como um empreendimento comercial sustentável”.

“O FSDEA agendou o anúncio público deste investimento para os próximos dias, em conjunto com outros cinco fundos de investimento recém-certificados que visam o desenvolvimento económico e social em Angola e em toda a África Subsariana. Convidamo-lo a referir este anúncio eminente para informações adicionais”, acrescentou o presidente do Fundo.

O site tentou contactar a direcção do Banco Kwanza Invest com vista a recolher os devidos esclarecimentos, mas sem sucesso.

RA

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