É empresário e coleccionador de arte. Prefere obras que o seduzam pela sua "elegância" e "subtileza". Cedeu parte da sua colecção para uma exposição no Porto que, segundo ele, coloca as culturas portuguesa e angolana "em pé de igualdade".
A entrevista está ao chegar ao fim e a pergunta é inevitável. Como é que se sente por ser identificado em Portugal como o marido de Isabel dos Santos? “Além do amor, tenho por ela uma admiração muito grande”, diz em entrevista ao Jornal nde Negócios, acrescentando que não tem problema nenhum com o facto de muitos vezes ser identificado em Portugal “como o marido da Isabel [dos Santos]”.
Sobre a exposição de obras da sua coleção, inaugurada este mês na Galeria Municipal Almeida Garrett, Sindika destaca o trabalho conjunto dos curadores (o português Bruno Leitão e a angolana Suzana Souto) para realçar que “a relação entre Portugal e Angola tem evoluído”.
O colecionador de arte nasceu no Congo e estudou em França. Mas explica o acaso que levou à sua paixão por Angola – e a aprender a falar bem português. Foi em 1999. “Ia tirar férias no Brasil, perdi o avião e acabei por ficar uma semana em Luanda. Foi uma revelação”. Sobre a Angola que conheceu então e a de hoje, diz que “há uma clara mudança”. “Hoje estamos todos virados para a frente”, acrescenta.
Sobre a arte, Sindika recusa ser visto como um simples investidor. Na arte, defende, “a única maneira de ganhar dinheiro é não pensar no dinheiro, mas sim ter uma visão criativa”, diz o homem que de fende que é, na verdade, um empresário. “A parte da arte é uma paixão”, explica na extensa entrevista dada ao Jornal de Negócios.
Sobre os negócios e a vida familiar, o congolês que adotou Angola realça que ele e Isabel dos Santos mantêm as atividades separadas. Mas como viajam juntos, conta, nem sempre é ele que é o marido de Isabel dos Santos, a filha do presidente de Angola. Por vezes, “quando viajamos pelo mundo e vamos a um museu comentam: ‘ah! É esta a mulher do Sindika Dokolo’”, conta.
“De vez em quando tenho esse privilégio de ela ser a minha mulher e não eu o marido dela”, resume.
