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Terça, 19 Julho 2016 22:12

UNITA justifica com sobreposição de eventos adiamento de conferência de ativistas

A UNITA disse hoje que uma "sobreposição" de eventos provocou a indisponibilidade do complexo que possui nos arredores de Luanda para acolher, como estava anunciado, uma conferência de imprensa promovida pelos 17 ativistas condenados por rebelião.

A informação foi prestada à Lusa pelo porta-voz da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Alcides Sakala, depois de os 17 ativistas terem anunciado o adiamento do evento, por não ter sido autorizada a utilização do complexo Sovsmo, nos arredores de Luanda, propriedade do maior partido da oposição angolana, contrariamente ao previsto anteriormente.

"Houve uma sobreposição de eventos para o mesmo dia, mas foi proposta uma alternativa. De outra forma seria um contrassenso, porque ainda há pouco tempo aquele local recebeu uma iniciativa de apoio para com estes jovens", recordou Sakala.

O ativista e investigador universitário Nuno Dala disse hoje à Lusa que o grupo foi confrontado com a indisponibilidade do complexo, já depois de acertada a cedência.

"Infelizmente, ontem [segunda-feira], um responsável da cúpula do partido UNITA passou-nos uma informação a desconfirmar o que já tinha sido confirmado. O nosso entendimento é que deve ter havido alguma ordem superior, não conseguimos ver outra razão para alterar a resposta favorável anterior", disse o ativista, um dos 17 jovens detidos a 20 de junho de 2015 e condenados a 28 de março último a penas entre 02 anos e 03 meses e os 08 anos e meio de prisão.

Estes 17 jovens começaram a cumprir pena, também por associação de malfeitores, no final de março e foram libertados a 29 de junho, na sequência de um 'habeas corpus' apresentado pela defesa.

De acordo com Nuno Dala, ativista que durante o julgamento esteve cerca de um mês em greve de fome, na cadeia, o novo local para a realização desta conferência será anunciado nos próximos dias.

O evento, sob o lema "Unidos Pela Cidadania, Liberdade e Construção do Futuro", servirá para a "apresentação pública da versão dos factos relacionados com o encarceramento bárbaro, ilegal e as sistemáticas violações dos Direitos Humanos".

Os ativistas, incluindo o 'rapper' luso-angolano Luaty Beirão, prometem "narrar as peripécias" que passaram desde a detenção, julgamento, que decorreu desde novembro de 2015, condenação e a atual liberdade provisória, sobre termo de identidade e residência.

Este grupo recorda que um outro ativista, Francisco Gomes Macampa 'Dago Nível Intelecto', continua na prisão, a cumprir uma pena de 08 meses de cadeia. Foi condenado em julgamento sumário a 28 de março, depois de conhecida a sentença aplicada então aos 17 ativistas, por ter gritado na sala de audiências que aquele julgamento era uma "palhaçada".

Na última sessão do julgamento dos 17 ativistas, em março, o Ministério Público deixou cair a acusação de atos preparatórios para um atentado ao Presidente e outros governantes, apresentando uma nova, de associação de malfeitores, sobre a qual os ativistas não chegaram a apresentar defesa, um dos argumentos dos recursos.

Os ativistas garantiram em tribunal que defendiam ações pacíficas e que faziam uso dos direitos constitucionais de reunião e de associação.

A generalidade destes ativistas esteve em prisão preventiva entre 20 de junho e 18 de dezembro e depois em prisão domiciliária, até 28 de março. Nesse dia foram condenados a prisão, pena que começaram de imediato a cumprir, por decisão do tribunal, apesar dos recursos interpostos pela defesa.

© Lusa

 

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