Sábado, 27 de Abril de 2024
Follow Us

Quarta, 24 Agosto 2016 20:38

Recandidatura do presidente José Eduardo dos Santos "é um facto adquirido"

José Eduardo dos Santos não quebrou o tabu sobre se vai voltar a candidatar-se ao cargo de presidente nas eleições gerais de 2017. Para Elias Isaac, director da Fundação Open Society em Angola, a recandidatura “é um facto adquirido”

E o homem forte para a eventual sucessão em 2018 é o novo vice-presidente do MPLA, João Lourenço. Oiça aqui a entrevista ao nosso convidado do dia.

Elias Isaac, director da Fundação Open Society em Angola, considera que o nome de João Lourenço para vice-presidente do MPLA "constitui uma surpresa" e que "é uma nova figura neste novo espaço político que está a criar muitas expectativas, nomeadamente em relação à sucessão de José Eduardo dos Santos".

Elias Isaac pensa que a recandidatura do actual presidente às eleições gerais de 2017 “é um facto adquirido”, defendendo que João Lourenço é um peso pesado na eventual sucessão de José Eduardo dos Santos em 2018 por ser "uma pessoa que granjeia apoio dentro e fora do MPLA".

Sobre a especulação à volta do nome de José Filomeno dos Santos, presidente do Fundo Soberano de Angola, para suceder ao pai, o diretor da ONG avisa que "Angola não está preparada para essa sucessão dinástica" e que "o Zénu não deu absolutamente nada por este país, está a beneficiar do esforço das outras pessoas e seria uma tragédia para o MPLA se isso acontecesse".

O director da Fundação Open Society em Angola apontou o dedo à nomeação de dois filhos do Presidente do país para o comité central do MPLA (José Filomeno dos Santos e Welwistchea "Tchizé" dos Santos) e disse que "com toda a certeza, se esses não fossem os filhos do presidente, nunca teriam conseguido chegar lá onde estão".

Sobre o discurso do presidente no VII Congresso ordinário  do MPLA, que evocou a prevenção de "eventuais acções subversivas", Elias Isaac comentou que "o governo é que tem o monopólio da força neste país".

Elias Isaac falou ainda sobre "os interesses económicos" dos representantes dos partidos portugueses que foram ao congresso do MPLA, em Luanda, e que os angolanos se habituaram a "congressos que não produzem absolutamente nenhuma nova agenda para este país".

RFI

 

Rate this item
(0 votes)