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Segunda, 05 Outubro 2015 10:31

Metade dos brasileiros diz que ‘bandido bom é bandido morto’

Operação policial em uma comunidade do Rio (Fonte: Reprodução/Agência Brasil) Operação policial em uma comunidade do Rio (Fonte: Reprodução/Agência Brasil)

Uma pesquisa Datafolha encomendada pela Ong Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelou que metade da população das grandes cidades do país acha que “bandido bom é bandido morto”.

O resultado da pesquisa será incluído no 9º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que será divulgado nesta semana.

O levantamento foi realizado no final de julho e contou com a participação de 1.307 pessoas com mais de 16 anos em 84 cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Enquanto 50% dos entrevistados concordaram com a afirmação de que “bandido bom é bandido morto”, 45% disseram que discordam, 3% não concordam nem discordam e outros 2% não souberam responder.

Em entrevista à Folha, o sociólogo Renato Sérgio de Lima, vice-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, afirmou que a divisão revelada na pesquisa é um bom sinal, uma vez que “isso pode ser visto como uma janela para a construção de políticas públicas. Há espaço para mudança”.

Lima defende ainda uma mudança no sistema da polícia, que, segundo o sociólogo, privilegia o enfrentamento a criminosos e o confronto violento.

O resultado da pesquisa Datafolha reforça a percepção de especialistas de que a sociedade brasileira é tolerante com a matança de suspeitos por policiais.

O ouvidor das polícias de São Paulo, Julio Cesar Fernandes Neves, disse, também em entrevista à Folha, que os brasileiros que defendem que “bandido bom é bandido morto” autorizam “o mau policial a fazer Justiça com as próprias mãos. Esse tipo de pessoa induz o mau policial a cometer o maior erro da sua vida”.

Martim Sampaio, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP, ressalta que “a sensação de impunidade é tão grande que leva o povo a querer que a Justiça seja feita de imediato”, colocando na mão da polícia o poder de julgar e aplicar a pena de morte.

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