O resultado da pesquisa será incluído no 9º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que será divulgado nesta semana.
O levantamento foi realizado no final de julho e contou com a participação de 1.307 pessoas com mais de 16 anos em 84 cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Enquanto 50% dos entrevistados concordaram com a afirmação de que “bandido bom é bandido morto”, 45% disseram que discordam, 3% não concordam nem discordam e outros 2% não souberam responder.
Em entrevista à Folha, o sociólogo Renato Sérgio de Lima, vice-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, afirmou que a divisão revelada na pesquisa é um bom sinal, uma vez que “isso pode ser visto como uma janela para a construção de políticas públicas. Há espaço para mudança”.
Lima defende ainda uma mudança no sistema da polícia, que, segundo o sociólogo, privilegia o enfrentamento a criminosos e o confronto violento.
O resultado da pesquisa Datafolha reforça a percepção de especialistas de que a sociedade brasileira é tolerante com a matança de suspeitos por policiais.
O ouvidor das polícias de São Paulo, Julio Cesar Fernandes Neves, disse, também em entrevista à Folha, que os brasileiros que defendem que “bandido bom é bandido morto” autorizam “o mau policial a fazer Justiça com as próprias mãos. Esse tipo de pessoa induz o mau policial a cometer o maior erro da sua vida”.
Martim Sampaio, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP, ressalta que “a sensação de impunidade é tão grande que leva o povo a querer que a Justiça seja feita de imediato”, colocando na mão da polícia o poder de julgar e aplicar a pena de morte.