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Sábado, 12 Março 2016 15:54

Isabel dos Santos passou participação indireta na Galp para o seu marido

Lisboa - Lisboa - A empresária angolana Isabel dos Santos, filha do presidente José Eduardo dos Santos, entregou ao seu marido, Sindika Dokolo, a participação indireta de quase 7% que tinha no capital da maior petrolífera portuguesa, a Galp Energia, segundo a edição deste sábado do jornal "Expresso". 

Presente há vários anos no Brasil, onde desenvolve projetos de exploração petrolífera com a Petrobras, a Galp tem como maior acionista a Amorim Energia, empresa controlada em 55% pelo magnata Américo Amorim e em 45% pela empresa de capitais angolanos Esperaza.

Há vários anos que era conhecida a participação de Isabel dos Santos na Esperaza, juntamente com a estatal angolana Sonangol. Mas segundo o jornal "Expresso", recentemente houve uma alteração de controlo nas empresas de Isabel dos Santos, que levou a que os 40% que esta detinha na Esperaza passassem a estar sob o controlo da Exem Energy (com sede em Amesterdão), que é totalmente detida por Sindika Dokolo.

As alterações societárias levam, assim, à mudança de controlo da posição indireta que Isabel dos Santos tinha na Galp num esquema em cascata: os cerca de 7% do capital da Galp resultam da fatia de 40% que a empresária tinha na Esperaza, que por sua vez tem 45% da Amorim Energia, a qual detém 38,34% da Galp).

Além de acionista indireta da Galp (posição agora cedida ao seu marido), Isabel dos Santos é acionista de referência do Banco Português de Investimento (BPI), do banco BIC, da operadora de comunicações lusa NOS e da empresa industrial portuguesa Efacec.

De acordo com dados recolhidos numa colaboração entre o Expresso e a ANCIR — African Network of Centers for Investigative Reporting, uma rede de centros de jornalismo de investigação com sede em África do Sul, Isabel dos Santos e o seu marido, Sindika Dokolo, detêm mais de 40 sociedades-veículo em várias jurisdições, geridas a partir do escritório de Lisboa e que controlam por sua vez participações em grandes empresas em Portugal e Angola, a par de negócios noutros países, como a Suíça ou a Nova Zelândia, sem que se perceba em alguns casos até onde se estendem os interesses da empresária. Mesmo nas situações de grandes empresas cotadas em Bolsa que são obrigadas a prestar informações sobre os seus acionistas de referência.

Isabel dos Santos parece gostar de Lisboa. Palmeiras, luz, água em abundância, a mesma língua. Da varanda da suíte onde costuma ficar no Ritz, o emblemático hotel de cinco estrelas construído depois da II Guerra Mundial, veem-se as copas da Avenida da Liberdade, onde funciona o seu escritório, a poucos minutos de distância. É numa esquina junto ao renovado Teatro Tivoli que o seu núcleo duro ocupa dois pisos de um edifício oitocentista, por cima da única loja da Louis Vuitton em Portugal. Uma dezena de gestores e assessores gere os ativos no valor de milhares de milhões de euros que a mulher mais rica de África tem concentrados em participações de grandes empresas em Portugal e em Angola.

Expresso

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