"A imunidade não é vontade do próprio nem é privilégio do próprio. É um assunto do Estado. Manuel Vicente não está a fugir à Justiça", disse esta manhã no Campus de Justiça o advogado do antigo vice-presidente de Angola sobre a ausência do ex vice presidente de Angola no arranque do julgamento da Operação Fizz.
Nas últimas semanas do mandato de José Eduardo dos Santos, o Banco Nacional de Angola procedeu a uma transferência de 500 milhões de dólares para a conta de uma empresa-fantasma, a Mais Financial Services, no Crédit Suisse de Londres. Essa empresa tentou, a posteriori, a transferência dessa verba para a conta privada do cidadão suíço-angolano Jean-Claude Bastos de Morais. As autoridades financeiras londrinas suspeitaram, e bloquearam a operação. Este indivíduo é sobejamente conhecido como sendo o testa-de-ferro de José Filomeno dos Santos “Zenú”, filho do actual presidente do MPLA, José Eduardo dos Santos.
O regime de câmbio livre na venda de divisas pelos bancos angolanos termina na próxima semana, passando a vigorar uma taxa máxima de 2% sobre o valor de referência, sendo ainda alterado o modelo de leilões do banco central.
Sobrinho do ex-presidente Eduardo dos Santos pretende indemnização após decisões favoráveis de tribunais portugueses e brasileiros.
Marinho e Pinto, ex-bastonário da Ordem dos Advogados, defende que Manuel Vicente deveria ser julgado em Angola. Além disso, elogia a procuradora-geral da República, mas defende a sua saída no final do mandato.
O subprocurador-geral da República Manuel Bambi defendeu ontem, em Luanda, a criação de uma lei para proteger as testemunhas que denunciem actos criminosos, entre os quais os de corrupção.
A situação dos direitos humanos em Angola ainda preocupa, pois persistem ainda violações a vários níveis, mas a eleição do novo Presidente alimenta a esperança, com as promessas de combate à corrupção e à má gestão dos dinheiros públicos.