Os beneficiários são jovens provenientes de várias partes do país, que foram seleccionados mediante candidaturas e testes de selecção efectuado por uma empresa estrangeira que os recrutou, através de um concurso público lançado no Jornal de Angola em 2014, e os acompanhou na formação de seis meses, iniciada em Agosto.
Dentre as exigências para ser seleccionado constavam ser angolano, licenciado em áreas económicas e falar inglês.
Numa conferência de imprensa realizada hoje, em Luanda, a propósito dessa iniciativa do FSDEA, Valdmiro Luís Massibo e Divanice Alda Mateus, jovens licenciados em Contabilidade e Gestão e em Economia, respectivamente, beneficiários da bolsa, disseramm à margem do fórum, que a formação foi proveitosa por permitir a aquisição de conhecimentos sobre gestão de riscos, emprendedorismo, entre outros.
Na óptica de Valdmiro Massibo, a bolsa permitiu-lhe ganhar conhecimentos sobre gestão de activos, de portfólios e de riscos.
Sobre riscos, o entrevistado, natural de Cabinda e trabalhador da empresa Emcica naquela região de Angola, disse que os investimentos envolvem riscos e que se não for bem mitigados nunca se obtém o retorno desejado.
“Os riscos devem ser racionais e devemos saber controlá-los assim como diversificá-los, disse o também contabilista, acrescentando que durante a formação foram várias vezes recomendados a terem em atenção essa matéria tendo em vista o desenvolvimento do mercado angolano, abertura a bolsa de valores, em particular, e o próprio mercado financeiro em si.
Por sua vez, Divanice Mateus contou que a experiência foi excelente e que aprendeu-se muito no domínio do emprendedorismo. Segundo a economista e trabalhadora da Sonangol, ganhou-se consciência que é necessário desenvolver o espírito de liderança e de não esperar pelas iniciativas públicas para criar um negócio.
“Visitamos uma fábrica centenária de chocolate que começou como um negócio pequeno e hoje é uma grande empresa”, disse ela, acrescentando que precisamos fazer acreditar e tornar os trabalhadores angolanos parte do negócio, de tal maneira que eles não fujam para outras propostas mais aliciantes.
Ainda no evento, o administrador executivo do FSDEA, Hugo Évora Gonçalves, explicou que essa é a primeira iniciativa de bolsa de estudo da instituição e enquadra-se num projecto designado “Futuros líderes de Angola”.
A iniciativa, disse a fonte, que se escusou em precisar quanto foi investido para a materialização do projecto, faz parte do programa social do FSDEA e tem como objectivo melhorar o acesso à educação e à exposição ao ambiente de negócios.
“O que mais nos interessa não são os valores financeiros empregues, mas o programa em si”, disse o administrador, informando que financiaram a inscrição dos estudantes na Universidade de Ciências Aplicadas de Zurique, custearam o seguro e ajuda de custos.
Hugo Gonçalves explicou que a sua organização está a avaliar este primeiro programa piloto e depois disso decidirá sobre a sua prossecução.
A conferência de imprensa contou com a participação do gestor do FSDEA, dois estudantes, dois professores da universidade de Zurique e um responsável da empresa que recrutou os candidatos.
ANGOP