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Sábado, 25 Setembro 2021 19:35

Actual PCA da RNA e ex-PCA da TPA tidos como testas de ferro num projecto de mais de 19 milhões de euros

O antigo Presidente do Conselho de Administração (TPA), Hélder Manuel Barber Dias dos Santos, e o actual PCA da Rádio Nacional, Pedro Cabral, criaram uma empresa de comunicação em 2019 que entrará em actividade, segundo apurações, em 2022, ano de eleições gerais no País.

Informações mais recentes que Angola24Horas teve acesso, davam conta que o grupo Martifer está a construir em Luanda um "projecto integrado de comunicação moderno" para a GINGA.COM, cujo contrato "chave na mão" vale 19,3 milhões de euros (15,5 mil milhões de kwanzas) e tem "conclusão prevista para Fevereiro/Março de 2022.

O grande projecto com o rosto principal do antigo PCA da TPA, baptizado como "Projeto Integrado de Comunicação", inclui estúdios de televisão, de rádio e escritórios, uma informação que terá sido confirmada pelo Jornal de Negócios junto do CEO do grupo português de construção civil.

O mesmo jornal, revelou que, a GINCA.COM, tem em vista "posicionar-se para a compra do grupo Media Nova", responsável pela TV Zimbo, jornal O País, Rádio Mais e a gráfica Damer.

Sabe Angola24Horas que, sobre este projecto milionário de comunicação social, analistas e comentadores, muito recentemente consideraram que não há ainda transparência a partir das informações já divulgadas para a sua implementação, numa altura em que também não são devidamente identificados os verdadeiros donos.

O jornalista Graça Campos, disse que conhece muito bem, os dois profissionais de comunicação que se juntam num projecto avaliado em mais de 15 mil milhões de kwanzas, tendo questionado de onde terão estes conseguido o dinheiro para erguer tamanho projecto.

Para Graça Campos, está claro que estas duas figuras estão a ser usadas como testas de ferro, o que significa que Angola está novamente a construir monopólios, quando a lei de impresa se opõe à este elemento.

"Então se esse projecto já nasce assim, todo inclinado, a base da não transparência, quer dizer que de nada serviu a destruição do outro grupo. Porque destruímos um grupo e estamos a substituir uns Marimbondos por outros e não estamos a fazer absolutamente nada", comentou Graça Campos, referindo-se do grupo Media Nova.

Disse igualmente que é uma boa ideia, principalmente porque vai dar oportunidade de emprego às pessoas mas que tinha que ser tudo a base de transparência, saber quem são os donos, que garantias deram aos bancos para conseguir somas avultadas.

"Distornamos o Dino e o Kopelipa e agora vamos construir outro império com o pobre do Cabral e pobre do Hélder Barber a darem a cara para os Marimbondos escondidos não ", disse.

Na sua intervenção, o secretário geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, Teixeira Cândido, disse que não é somente importante saber os rostos por detrás deste projecto milionário mas sim questão legal, visto que a lei de impresa obriga que as empresas de comunicação social, os seus accionistas devem ser conhecidos para exactamente se evitar a questão dos monopólios.

Por outro lado, ressaltou, sei que inicialmente Pedro Cabral fazia parte do projecto, com direito a quase 5 por cento das acções mas assim que foi nomeado deixou de integrar o grupo, enquanto que Hélder Barber Dias dos Santos, sim foi convidado para gerir o projecto, não sendo o proprietário nem accionista mas sim será apenas um gestor.

O maior problema que se põe é que, quem deve exigir e revelar à comunicação social, provavelmente não o faz por omissão, ou não quer fazer", considerou Cândido Teixeira.

De referir que, o projecto tem como objecto social a prestação de serviços de comunicação audiovisual, sonora ou escrita, a produção, gestão e distribuição de instrumentos ou plataformas de comunicação social, redes sociais, indústria do lazer, diversão, espectáculos, cultura turismo, conteúdos, destinados a todos os sistemas de comunicação e informação, online, televisão, radio, cinema e internet.

Para Teixeira Cândido, se o grupo for projecto a pensar em melhor a pluralidade de informação, o que não significa existência de vários órgãos de comunicação social mas sim interna, a possibilidade de ser ter em seus serviços noticiosos matérias que reflictam todas as perspectivas e sensibilidades e, isto é muito mais exigido às matérias ligadas à política e não de âmbito social.

Um outro analista, jornalista Ramiro Aleixo, disse ter a percepção de que esta iniciativa obedece a implementação de uma estratégia delineada por alguém que quer efectivamente "esconder-se" tirar vantagens.

Ramiro Aleixo, não acredita e assegura que é mentira que este dinheiro tenha saído de uma instituição bancária, por acreditar que isso obedece a um plano muito bem elaborado, no sentido de haver um novo monopólio para controlar a comunicação social em Angola.

O jornalista justifica o facto com a contraposição deste mesmo monopólio aos órgãos de comunicação social privados que, em sua opinião estão aos poucos a deixar de existir, por causa das dificuldades que se impõem.

"O dinheiro para a sustentação destes monopólios vai continuar a ser do Estado. Algum órgão de Governo vai canalizar isto. É de mesma forma como os outros foram criados com o dinheiro do Estado", afirmou Ramiro Aleixo, acrescentando que a grande verdade disto é que tudo começa a ser construído a base da não transparência.

Na ocasião, questionou como é possível que alguém aparece com um investimento de 20 milhões de dólares e ninguém pergunta qual é a origem deste dinheiro e quem é que está a frente deste projecto, numa altura em que se encerra outros projectos por falta de um documento.

"Só um Estado de ditadura faz isso. Não está preocupado com a morte do emprego e das consequências que isto tem nas famílias", lamentou Ramiro, apoiado por outros analistas que criticaram duramente o Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social pelo silêncio, enquanto empresas de comunicação social recentemente encerradas pelo Executivo, anunciam despedimentos em massa.

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