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Domingo, 23 Mai 2021 17:51

Angola: "Não se deixem manipular" pelo poder político - SJA

O porta-voz do congresso, Walter dos Reis O porta-voz do congresso, Walter dos Reis

O sindicato apelou aos jornalistas desses meios a não se deixarem manipular pelo poder político. A leitura do comunicado foi feita pelo porta-voz do VI Congresso, Walter dos Reis.

"Recomenda-se a todos os jornalistas invocar sempre a cláusula de consciência quando chamados a cobrir atos que violem a deontologia, reserva última para a credibilidade da profissão", alerta a organização sindical.

Para o jornalista João Katombela, que atua na província angolana da Huíla, a intensificação da censura prova que a liberdade de imprensa é ainda uma utopia em Angola.

"A censura continua em várias redações dos meios de comunicação. Não só na província da Huíla, como também pelo país. É uma situação que preocupa o sindicato e qualquer jornalista que se prese", disse, "enquanto existir esta censura nas redações, não poderemos falar da liberdade de expressão nem de imprensa", frisou o jornalista angolano.

Já o veterano jornalista Siona Casimiro aponta que os "vírus do passado" ainda persistem na imprensa angolana. "A predominância de relatar sobretudo o ponto de vista do poder, a margem de manobra para diabolizar o adversário através da mídia pública, contrabalançado contra elementos de forças bastante frágeis - é isso o que chamo de vírus", explicou.

Sindicato dos Jornalistas critica censura e violação do código ético na imprensa

Descontentamento foi manifestado no comunicado do VI Congresso do Sindicato dos Jornalistas Angolano, realizado neste sábado, em Luanda. A eleição da direção do sindicato, prevista para o evento, entretanto, foi adiada.

Em Angola, a associação que defende os profissionais da imprensa está preocupada com o modo como alguns órgãos de comunicação social estão a se posicionar perante as questões políticas, assumindo-se parte das intrigas partidárias.

Prevista para ontem, a reeleição do corpo diretivo do Sindicato dos Jornalistas Angolanos não se realizou por limitações de tempo, devido às restrições sanitárias decorrentes da pandemia de Covid-19. O evento volta a ser realizado num período máximo de três meses e não inferior a 45 dias do ato eleitoral, segundo o comunicado divulgado na noite deste sábado (22.05).

O Sindicato dos Jornalistas diz na sua deliberação que os órgãos de comunicação social violam a ética profissional, assim como a Constituição da República, que impõe tratamento igual e imparcial.

Isso é pelo fato de órgãos públicos e outros privados, como a TV Zimbo, que passou para a esfera do Governo, assumirem uma campanha de ódio contra o maior partido da oposição, a UNITA, e o seu líder, Adalberto Costa Júnior, sem os permitir contraditório; assim como censura a todos que criticam o Governo do Presidente angolano João Lourenço. DW Africa

 

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