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Quarta, 08 Outubro 2025 09:32

UNITA inicia hoje processo de candidaturas à presidência com sucessão em aberto

A UNITA, principal força da oposição angolana, inicia hoje o processo de receção e formalização das candidaturas à presidência do partido, cargo que será decidido no XIV congresso extraordinário, marcado para 28 a 30 de novembro, em Luanda.

O processo abre oficialmente a corrida à liderança da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) e tudo indica que o atual presidente, Adalberto Costa Júnior, será o principal candidato à sua sucessão apesar de ainda não ter formalizado esta intenção.

As candidaturas deverão ser apresentadas e validadas até 26 de outubro, seguindo-se um mês de campanha eleitoral interna, entre 27 de outubro e 26 de novembro.

Em 2019, o congresso que elegeu Adalberto Costa Júnior registou quatro candidatos: Alcides Sakala, então porta-voz do partido; Raúl Danda, vice-presidente (falecido em 2021); Abílio Kamalata Numa, general na reforma e figura histórica da UNITA; e José Pedro Katchiungo, antigo deputado, que mais tarde contestou deliberações internas e enfrentou um processo disciplinar.

Até ao momento, nenhum dos potenciais concorrentes se pronunciou publicamente sobre uma eventual candidatura. Entre os nomes apontados, figuram o do antigo presidente Isaías Samakuva, que liderou a UNITA durante 16 anos, e Rafael Massanga Savimbi, deputado e secretário para as Relações Internacionais e Comunidades, filho do fundador do partido, Jonas Savimbi, morto em combate em 22 de fevereiro de 2002.

Rafael Savimbi, de 47 anos, tem desempenhado um papel ativo na diplomacia partidária e na ligação com as comunidades angolanas no exterior, sendo também membro da Comissão de Economia e Finanças da Assembleia Nacional.

O congresso extraordinário decorre num contexto político sensível, após a UNITA ter alcançado o melhor resultado da sua história nas eleições gerais de 2022, com 43,95% dos votos e 90 deputados, contra 51,17% do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder desde 1975).

O novo presidente terá como principal desafio consolidar a oposição e definir a estratégia eleitoral para as eleições gerais de 2027, num cenário de disputa crescente pelo eleitorado urbano e jovem.

Internamente, a UNITA enfrenta desafios de coesão política, marcados pelas convulsões da Frente Patriótica Unida (FPU) — coligação informal que integrou o PRA-JA Servir Angola, de Abel Chivukuvuku, o Bloco Democrático e a sociedade civil, corporizada em Francisco Viana.

A retirada do PRA-JA e a dispersão de pequenos partidos podem fragilizar o campo opositor e colocam a UNITA perante o desafio de ter de redefinir as suas alianças para se preservar como força agregadora da oposição no panorama político angolano.

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