Segundo o ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente de Angola, Adão de Almeida, a frase “intemporal” do primeiro presidente de Angola, Agostinho Neto – “o mais importante é resolver o problema do povo” – sintetiza a “causa principal da luta pela independência, o angolano”.
“Era necessário existir como um povo independente para que fosse possível sonhar com o bem-estar dos angolanos. Com esta frase intemporal, [Agostinho] Neto apresentou a razão de ser da luta do povo angolano.
A independência nacional é a nossa maior conquista, mas não basta”, afirmou o governante no ato central das celebrações do Dia do Herói Nacional, feriado nacional em homenagem ao aniversário natalício do primeiro presidente de Angola, Agostinho Neto.
Adão de Almeida aludiu às declarações de Agostinho Neto no dia da proclamação da independência de Angola (11 de novembro de 1975): “A nossa luta não termina aqui [com o alcance da independência].
O objetivo é a independência completa do nosso país e a construção de uma sociedade justa e de um homem novo”, para assinalar que estes constituem ainda os atuais desafios do país.
“Este é o nosso desafio. Interpretar corretamente os anseios do povo angolano, em cada momento da nossa história, e criar as condições para que cada um realize o seu sonho, é a melhor forma de honrar Agostinho Neto e todos os heróis de todas as gerações (…)”, disse.
O governante, que presidiu o ato central do Dia do Herói Nacional, na comuna de Caxicane, província do Icolo e Bengo – terra natal de Agostinho Neto – considerou que este não deixou ao país apenas independência proclamada, mas um ideário de construção da nação e toda uma jornada a percorrer. “Deixou-nos um sonho por realizar e uma convicção que não abala.
[Agostinho] Neto deixou-nos uma esperança que se renova de geração em geração e que nos lembra que a luta ainda não terminou, mas que a vitória é certa”, referiu.
De acordo com Adão de Almeida, o Dia do Herói Nacional é celebrado em honra de Agostinho Neto (cujo 103º aniversário natalício se assinala hoje), mas também [em honra] de todos os heróis da pátria, aqueles que em cada momento são capazes de compreender os seus desafios.
O ministro de Estado sinalizou, por outro lado, que Angola celebra 50 anos de independência, “proclamada perante África e ao mundo pelo Presidente Agostinho Neto”, pelo que, argumentou, “celebrar Agostinho Neto é um elementar ato de justiça histórica”.
“E uma necessidade imperiosa do processo permanente de construção da nação”, assinalou, realçando que a construção da nação “exige que se honre o passado, em sinal de respeito e de gratidão à memória de todos os que entregaram tudo o que tinham, inclusive as próprias vidas, para que chegássemos até aqui”, realçou.
A construção da nação angolana, prosseguiu Adão de Almeida, “impõe a reconstrução permanente do legado da história, fazendo dele uma inspiração contínua para enfrentarmos os desafios dos nossos tempos e os desafios do nosso futuro”.
“A nossa história é rica em exemplos de bravura, coragem e determinação que devemos preservar, mas também contém erros que não podemos repetir e lições que temos de aprender.
Em cada um desses momentos despontaram e despontam nomes de ilustres filhos de Angola, que com o seu exemplo de dedicação à pátria inspiraram e inspiram várias gerações a empreender a mesma luta”, rematou o governante angolano.