Sábado, 12 de Outubro de 2024
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Sábado, 14 Setembro 2024 18:17

Marcolino Moco pede fim de ameaças no MPLA para evitar outras alternativas fora do controle

O antigo primeiro-ministro angolano, veterano do MPLA, Marcolino Moco apelou para a resolução do mediático problema das ameaças e insultos contra outras figuras do MPLA, o que para ele poderá evitar o surgimento de outras alternativas fora do controle do próprio partido.

Marcolino respondia em uma entrevista na Radio Despertar, a questão, sobre quais figuras internas seriam capazes de salvar o MPLA nesse clima, avançando que, infelizmente, por causa desse sistema que ele costuma referir, que não é propriamente o MPLA, mas um sistema que subordina tudo, inclusive o próprio MPLA, qualquer figura que desponte é logo submetida a uma pressão, a ameaças, “como estava a referir agora, não sei o que, insultos que esperaremos contra camaradas, como o Dino Matross, que está a ter coragem de pôr o dedo na ferida, já havia insultos dirigidos ao general Higino, insultos despropósitos contra o camarada Nando, eu penso que se evita pelo menos isso nessas manifestações organizadas com dinheiro público, enquanto as pessoas passam à fome”.

 Moco diz que é preciso deixar que aquilo que os estatutos dizem se cumpra, especialmente que a Constituição, que tem muitos problemas, “eu sempre chamei a atenção, as pessoas louvavam muito os aspectos positivos dessa Constituição, direitos humanos, direitos fundamentais, etc, mas eu sempre alertei que a outra parte da Constituição, que é a distribuição dos poderes, havia de anular a parte positiva, e é exatamente isso que está a acontecer”.

Ele entende que, agora é preciso que aquilo que está previsto nos estatutos e na Constituição de positivo se cumpra, levem-se vários candidatos ao Congresso, ao próximo Congresso, pois não é pecado nenhum que as pessoas se comecem a manifestar agora, uma vez que não prejudica ninguém, pelo contrário, é saudável e sigam pelo menos o exemplo de Moçambique, onde não se condenou ninguém por apresentar as suas candidaturas prévias, ou mesmo que não as apresentassem, mas fizessem alguma referência pública, isso não é pecado nenhum, não faz mal ao partido e muito menos ao país, porque os partidos não são o fim, o último da organização política.

Então, é um apelo que fazemos ao presidente João Lourenço, se é que se sente amarrado por alguma força, como aconteceu surpreendentemente pelo próprio presidente José Eduardo Santos, logo que deixou o poder, parece que também andava com medo de qualquer coisa, mas a morte, com medo ou sem medo, há de acontecer para cada um de nós, é preciso que as pessoas lutem para que a nossa vida, como políticos, deixemos um legado que contribua para o país avançar, para a juventude, em formulários corretos e naturais e não forçados, possa então contribuir, participar e trabalhar para o seu bem, assim como estamos, não dá. Eu apelo que realmente as figuras de proa do MPLA não se amedrontem com esse tipo de ameaças, com esse tipo de despesismo para os insultos contra outras figuras do MPLA e que resolvamos este problema, senão surgirão outras alternativas fora do nosso controle”, avançou.

Aproveitando a oportunidade, saudou o arcebispo Dom Caminho, que fez, ou faz anos durante este mês, 90 anos, e lembrar o seu grande exemplo como homem da igreja corajoso, que tem, como muitos, apresentado ideias de conciliação dentro dos partidos políticos, sobretudo os mais importantes, e ideia de reconciliação dentro de toda a família angolana, porque há meios para progredirmos. “Bom, se os altos dirigentes do MPLA, especialmente os mais velhos, com exemplos positivos, como este da atuação presente de Dino Matross, fundamentalmente, não se agigantam, qualquer dia temos que pedir às igrejas para intervir, porque será a última solução, antes que sejamos surpreendidos por soluções revolucionárias, negativas outra vez. Estamos cansados, o povo de Angola merece mais”, atirou.

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