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Segunda, 26 Setembro 2022 13:26

António Venâncio denuncia existência de lista que “ameaça” figuras que não votaram no MPLA

O Presidente do MPLA João Lourenço, deverá agora impor maior rigor na vigilância necessária para que pessoas bem colocadas não se atrevam a perseguir militantes e figuras importantes da sociedade civil angolana, sob o pretexto de não terem votado como eles desejavam que fosse, defendeu António Venâncio, militante do MPLA.

Numa publicação esta segunda-feira, através do seu oficial Facebook, António Venâncio diz ter tomado conhecimento da existência de uma listagem contendo nomes de militantes, jornalistas e cidadãos notáveis da sociedade que não votaram no MPLA, lista elaborada por um funcionário com elevadas responsabilidades no país.

Segundo conta, sob alegação de não terem votado no MPLA o autor propõem, em bom português, mas dissimulado, a tomada de medidas contra os mesmos claro, subentendidamente, a retaliação correspondente não descurando, como se deduzirá, o seu abate físico, o isolamento ou a perseguição.

“O MPLA registou, na sua longa e gloriosa história, um único caso de perseguição e eliminação de militantes de opinião contrária. O fenômeno é hoje conhecido como "27 de maio", aliás, corajosamente já reconhecido pela direcção na voz pessoal do Presidente do partido João Lourenço”, lembra o militante veterano.

Mesmo regressando à nossa história, observa, para o cargo de Presidente do MPLA, Viriato da Cruz, em 1962, apresentou sua lista e Agostinho Neto outra, a sua, tendo vencido a de Neto.

De acordo com Venâncio, por este facto, não foi elaborada qualquer listagem para o abate, eliminação física ou isolamento dos outros. “O partido soube manter a sua coesão na luta pela independência”.

Explica ainda que, os fuzilamentos que mais tarde aconteceram, com Matias e José Miguel, ocorreram sim, mas por outras razões ligadas ao regime de punição do regulamento militar por outros motivos, que são alheios à livre manifestação de opinião, naquela Primeira Conferência Nacional do MPLA em Leopoldville, noutras reuniões ou eleições.

“O MPLA, portanto, tem como registo sangrento e sinistro apenas o 27 de maio de 1977. Nunca mais tal fenômeno ocorreu. A tentativa de reedição de mais um caso 27, levaria à total desagregação do nosso partido e o afastamento de muitos bons militantes.

Os estatutos do MPLA conferem aos membros liberdade alargada, não só para se exprimirem, mas também para exercerem seu direito de voto com toda a liberdade de consciência”, adiantou.

Acrescentou ser muito importante que o seu partido (MPLA) se mantenha unido e forte, coeso e fiel ao nobre ideário prometido ao povo desde a suas gênesis.

Entende, por outra que, quando um alto funcionário com elevadas responsabilidades se propõe a divulgar nomes e abraça o incitamento à violência, está lançado um péssimo sinal de intolerância interna, que pode trazer a desagregação completa do MPLA, ao invés da sua democratização e fortalecimento.

“Ao autor daquela listagem -, sei que disfarçado num fictício nome e apelido -, recomendo reler o segundo parágrafo da brilhante Alocução de Agostinho Neto na Primeira Conferência Nacional do MPLA em Leopoldville, 1962, onde enfatiza o amor ao país em primazia, e que pare de armar-se em mais "empelá" que os outros”, disse.

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