Em dados que Angola24Horas teve acesso, de acordo com António Venâncio, é tamanha a amizade entre ambos, bem como a partilha de recordações, que ainda hoje lembram-se e falamos da boa língua russa nas "horas vagas".
"Uma curiosidade, à revelo pela primeira vez:
Enquanto estudantes universitários, na então União soviética e na cidade de Minski, numa grande assembleia de estudantes estava eu a ser eleito Vice-Presidente da União dos Estudantes Angolanos na URSS e sentado ao meu lado estava Sérgio Raimundo", contou António Venâncio.
Para o Eng. António Venâncio, a generosidade de Sérgio Raimundo, a sua coerência, o seu patriotismo e a sua humildade intelectual, fazem do jurista uma incontornável figura, nobre e notável da sociedade angolana.
"Provavelmente os angolanos conhecerão dentro de momentos, uma bela surpresa!", concluiu Venâncio, ao partilhar dados de Sérgio Raimundo, em entrevista à Rádio Essencial, em que afirmava que só aceitaria ser Procurador-Geral da República se tivesse autonomia de abrir um processo contra o Presidenteda República.
Vale referir que, o emblemático advogado angolano, Sérgio Raimundo que tem sido o defensor de vários políticos arrolados em casos de corrupção, esteve no final da tarde de terça-feira, 16, a ser entrevistado na Rádio Essencial.
Numa conversa descontraída, o advogado foi questionado se aceitaria ser Procurador-Geral da República, tendo respondido que, nas condições actuais, não aceitaria ser Procurador-Geral da República.
Questionado novamente sobre, se aceitaria em que condições, Raimundo respondeu que só aceitaria o cargo se Angola tivesse o figurino brasileiro, em que até um procurador tem autonomia de abrir um processo contra o presidente em exercício.
"Como aqui não é possível, não aceito nem ser procurador", defendeu.
Na ocasião, o advogado negou que seja político, assegurando que neste momento não está filiado a nenhum partido, embora já tenha sido militante do MPLA durante muitos anos.
"Nunca fui militante do MPLA como são muitos hoje, que vão aos comícios e poem camisolas do MPLA todos os dias, mas só estão lá por causa do tacho. Já fui político activo, fui comissário político, fui subdirector da escola política-militar, Comandante Gika e orgulho-me do meu passado. Já mobilizei tropas para fazer a guerra, fui chefe do Pessoal e Quadros do Comando Geral da Polícia e andei pelo país", lembrou.
Sérgio Raimundo disse que tem o MPLA no coração e não muda de partido e que decidiu afastar-se da política porque entende que, enquanto profissional liberal, não pode ser um político activo.