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Quarta, 27 Outubro 2021 14:36

Órgãos públicos estão mais descredibilizados no governo de João Lourenço - Kamalata Numa

De 1974 à 2002, vivemos os piores momentos da História Política de Angola que aspira ser Estado-nação. Muitos desistiram, escolas de pensamento oportunista (bajuladores) instalaram-se na administração pública, na sociedade civil, nos partidos políticos, enfim...

Com as eleições gerais de 2017 uma nesga de esperança pairou por Angola. Foi sol de pouca dura e tudo voltou para a estaca zero; violência, corrupção, governo de Partido Único, incompetência governativa.

Os Órgãos de Soberania e da Administração Pública, pouco tempo depois do empossamento do Presidente João Lourenço, ficaram ainda mais descredibilizados na sua missão de estarem ao serviço do soberano que viu à nível do poder local (ainda por institucionalizar) adiada a verdadeira aplicação das garantias da Constituição da República de Angola e o controlo da constitucionalidade que hoje é feita apenas para servir o interesse do Partido Único.

Felizmente, o cruzamento de várias circunstâncias em Angola, fez surgir pela primeira vez desde 1974, o movimento de unidade de todos angolanos. Um movimento político que tem vindo a ganhar corpo em volta de Adalberto Costa Júnior e com a UNITA, o Bloco Democrático, o Movimento Pra-Já Servir Angola, as personalidades e movimentos da sociedade civil e religiosa como esteio para protagonizar a alternância democrática, unir e reconciliar os angolanos.

Também, de forma robusta, este movimento de unidade de todos angolanos, tem vindo a ganhar corpo no seio do MPLA, dos funcionários públicos, dos órgãos de defesa e segurança nacional, parabéns!

Entretanto, mas normal, é lamentável a existência de pessoas que remam contra este movimento de unidade e reconciliação nacional. Sobretudo as pessoas que arquitectaram e sustentam o ardiloso modelo de registo oficioso, os institucionalizantes da lei eleitoral da ditadura de partido único, os proponentes da revisão constitucional e da divisão do território nacional assente em fundamentos políticos e de consenso frágeis e oportunistas, os institucionalizantes da deliquência comandada a partir de chefes escondidos no aparelho do Estado, os insinuadores da existência de grupos na oposição que pretendem tomar o poder pela força junto dos órgãos de defesa e segurança nacional.

Meus senhores! Nunca seremos capazes de alterar e superar os nossos problemas (seca, pandemia, conflitualidade, crise económica, corrupção, instituições de saúde e de educação medievais) se insistirmos em fazê-lo a partir do mesmo nível de consciência que gerou esses problemas; a consciência de partido único, da negação do outro e dos acordos assumidos. Porque a energia que imprimimos nos nossos desejos, intenções e acções incorporam o marco dessas experiências negativas. Experiências desgastantes das nossas capacidades nacionais por ambições pessoais.

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