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Sábado, 16 Outubro 2021 13:41

Analistas consideram discurso de João Lourenço à nação um desastre e aquém da realidade

Analistas políticos e jornalistas, com destaque para Graça Campos e Teixeira Cândido, deram uma nota negativa ao 5° discurso pelo Presidente da República, João Lourenço, proferido à nação, nesta sexta-feira, 15 de Outubro, Assembleia Nacional, em Luanda.

O discurso que durou quase duas horas e marcou também a abertura do ano legislativo, é por muitos analistas apontado como uma autêntica perda de tempo, por parte do Executivo, pelo facto de não se ter reflectido na vida quotidiana dos angolanos, em diversos aspectos referenciados.

Nesta neste sábado, 16 de Outubro, via MFM, o Jornalista Graça Campos, disse que o discurso do Presidente João Lourenço, foi um desastre, primeiro porque alguém terá, de facto enganado e convencido o presidente como sendo um grande orador, qualidade que não possui.

Disse Graça Campos que hoje em dia, dificilmente se pode monopolizar as atenções do cidadão por 10/15 minutos porque o tempo do cidadão, hoje é disputado por inúmeras situações relacionadas às suas preocupações.

"Fazer um discurso de quase 2 horas, é uma perda de tempo absoluta porque não há atenção. O cidadão comum não tem tempo para ouvir discurso de 2 horas. Mais ainda quando é um amontoado de lugares comuns e auto elogios que não têm tradução nenhuma no dia a dia do cidadão. Isso de elogios que o governo recebe das agências de ranking ou do FMI não se traduz no prato e na saúde do cidadão", disse Graça Campos.

Para este jornalista, o Presidente João Lourenço teve um péssimo momento, não disse nada aos angolanos e não transmitiu nenhuma esperança ao povo, embora se tenha referido de inúmeros esforçados e realizações que até então, o próprio cidadão não sente.

Por sua vez, o Secretário geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, Teixeira Cândido, disse que sua expectativa estava centrava nas respostas e justificativas de várias promessas eleitorais que não se concretizaram, que o presidente deveria trazer, tendo em conta que qualquer angolano tem mais ou menos tem o diagnóstico do que seja o país.

Teixeira Cândido, disse também que esperava ouvir João Lourenço a falar, enquanto chefe do Estado e não como presidente de um partido político, sobre o estado da política angolana e a democracia ou os valores que estruturam esta democracia, desde as suas liberdades.

"Me parece que, quando se propõe ao presidente da República que fale sobre o Estado da Nação, muito menos tendo em conta as acções do Executivo mas da nação em si. E me parece que o discurso do Presidente, enquanto chefe do Estado da nação circunscreveu-se nas acções do Executivo, não falou sobre as liberdades de imprensa, sobre o direito à manifestação, as críticas dirigidas aos tribunais. Não ouvi", considerou Teixeira Cândido.

Para Teixeira Cândido, quem fala das críticas sobre actuação dos tribunais fala também das dificuldades dos próprios Magistrados, porque se os magistrados da última instância ou os tribunais superiores têm razões para festejar porque bem ou mal as condições são boas, os magistrados de primeira instância vivem dificuldades enormes.

Esperava também ouvir sobre a estruturação da democracia angolana, os esforços que estão a ser feitos, qual é a justificação e ou opinião de João Lourenço, no que respeita a regressão das liberdades, da confiança do cidadão em relação às instituições do Estado, um facto de que a CEAST também se pronunciou.

"Estava a espera que o presidente trouxesse na sua justificação, em relação ao Estado da nação em si e não em relação as acções do Executivo. Me parece que o estado da nação é mais para olhar para um país como tudo, por isso não é responsabilidade do titular do poder Executivo mas do chefe do Estado, enquanto Supremo da nação", referiu.

Nestes termos, defendeu Teixeira Cândido que, era disto e muito mais que esperava dos pronunciamentos do Presidente, na sua visão relativamente à nação.

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