Mourão explicou que, durante viagem de três dias a Angola, onde participou da reunião da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), se reuniu na sexta-feira passada com o presidente angolano João Lourenço e pediu a intermediação para resolver o conflito na igreja.
"Na orientação que eu recebi (do presidente Jair Bolsonaro) de maneira geral era para conversar também sobre esse assunto. Noventa e nove brasileiros foram expulsos de Angola e isso não é uma coisa simples. Então a gente tem que conversar sempre a respeito. Imagine se 99 jornalistas fossem expulsos de um país. O governo aqui ia cruzar os braços? Não, então é a mesma coisa", afirmou o vice-presidente a jornalistas no final da tarde desta terça, em Brasília.
No último ano, bispos e pastores da Universal sofreram violência e ameaças em Angola. Em maio, integrantes da igreja foram expulsos em ações de perseguição religiosa e política, que violam tratados internacionais e os direitos humanos. Um grupo dissidente trabalha de maneira ilegal para assumir controle do patrimônio da igreja construído durante anos.
Mourão explicou que a questão está sendo negociada entre a embaixada brasileira e o Ministério das Relações Exteriores. "Por enquanto, não há nenhuma resposta a respeito disso. Não é questão de estar otimista. É uma questão apenas das partes sentarem e acertarem relação a patrimônio que existe lá, essas coisas que têm que ser levadas a bom termo dentro da metodologia que a boa diplomacia coloca", avalia.
O vice-presidente disse ainda que se reuniu nesta terça-feira com o presidente Jair Bolsonaro para apresentar o relatório sobre a viagem. "Apresentei relatório da Missão, da Reunião da CPLT, assim como as reuniões bilaterais que foram realizadas com Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné, com o representante do secretário-geral da ONU. Passei todos os dados ao presidente", informou Mourão.
Sobre críticas à missão de o país interceder no caso da expulsão em Angola, Mourão que a viagem foi bem sucedida em vários pontos e que o Brasil tem papelo de Nação capas de acolher necessidades de países da África. "Foram dois dias de intensos trabalhos. Melhorando os nossos laços econômico-comerciais, vendo as propostas. Tivemos uma conversa muito boa com Portugal, principalmente a respeito do acordo Mercosul-União Europeia."
Deputado brasileiro defende investigação sobre ajuda do governo à Igreja Universal
O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) afirmou ontem que vai entrar com uma representação na PGR (Procuradoria-Geral da República) e na Procuradoria da República no Distrito Federal para apurar possível crime de improbidade administrativa na viagem que o vice-presidente Hamilton Mourão fez a Angola, onde tentou interceder para auxiliar a Iurd (Igreja Universal do Reino de Deus).
O crime de improbidade administrativa ocorre quando o agente público age, no exercício do cargo, contra o interesse público. R7