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Terça, 06 Dezembro 2022 12:09

As Forças Armadas Angolanas: estabilidade, paz, diplomacia e protecção do território

Dentro do aparelho do Estado o Exército e os membros dos órgãos de defesa e segurança merecem uma atenção especial pelo seu patriotismo e bravura na sua prontidão de protegerem dia e noite o País de todas as complexidades e de todos os inimigos internos e externos da Nação, nisso as FAA representam para o Estado angolano a base fundamental para o equilíbrio e integridade público-Nacional.

Todo e qualquer militar sabe que deve seguir o seguinte princípio: “ordem, disciplina e cadeia de comando”, assim funciona o mundo militar. A ordem é sinônimo de regras, conduta, normas, a discplina, neste caso, tem haver com a deontologia profissional militar e o comando significa hierarquia, de modo que cada um saiba qual  é seu lugar e posição, o que deve fazer e o que não deve fazer.

As Forças Armadas Angolanas completaram 31 anos de existência, a estabilidade de Angola deve muito ao nosso Exército, é um Exército valente, os nossos generais são comprometidos com a paz e segurança do País, o nosso Estado Maior General tudo tem feito para elevar cada vez mais a prontidão dos nossos bravos guerreiros, que corajosamente e patrioticamente têm estado vigilantes o tempo todo para garantir a harmonia social e a tranquiçidade do Estado, portanto, é inegável o grande trabalho das FAA na defesa do País e na manutenção da integridade territorial.

A segurança do Estado é uma preocupação constante na agenda de qualquer governo, sendo assim, o Executivo podia estabelecer um montante regular para o orçamento da defesa (7 a 10 bilhões de dólares), nesse processo, sugiro que revejamos também a nossa «Doutrina de Defesa Nacional e o nosso Modelo Estratégico de Planejamento Operacional Militar» (minha área de actuação), tudo isso facilitaria três vezes mais a capacidade do nosso Exército como também elevaria o nível de prontidão e de execução dos trabalhos dos nossos órgãos de Segurança. 

                Angola é uma referência em África em termos de mediação de conflitos, o Executivo angolano tem sabido posicionar-se como um líder na área da diplomacia militar (gestão de crises) colocando às partes à mesa das negociações com o intuito de trazer estabilidade na Região, Presidente João Lourenço deve sim continuar com esta dinâmica de pacificação no continente africano, contudo, como político-militar continuarei sugerindo que tenhamos mais ambições bélicas, isso é, de um lado devemos aumentar os investimentos no sector da Defesa, por outra, devemos criar novas dinâmicas operacionais estratégico-militares, isso será possível se fizermos algumas reformas no nosso Modelo de Segurança Doméstica, como angolano que sou, sendo que a Pátria aos seus filhos não implora mas sim ordena, estaria sim disposto a dar o meu contributo nisso tudo, seja no âmbito Projectual Estratégico-Militar Nacional, seja no âmbito Político-diplomático internacional, dentro daquilo que são os programas do governo em prol do enaltecimento do País no estrangeiro e dos interesses nacionais.

                As Forças Armadas Angolanas são sinônimo não apenas de estabilidade Nacional mas sim de estabilidade regional e continental, o Exército angolano directa e indirectamente têm participado em muitas missões de paz em África, mesmo certos governos africanos só continuam seguros e estáveis por causa do contributo de Angola nas questões da defesa e político-militares, portanto, Angola é uma potência em África.

                O recrutamento ou admissão de cidadãos nacionais para o Exército deve ser permanente, neste sector deve haver maior abertura, por exemplo se houver cidadãos que por livre vontade queiram viver a vida militar, o Ministério da Defesa tal igual o Ministério do Interior, devem dar oportunidades à esses cidadãos voluntários, precisamos ter um Exército com mais de um milhão de efectivos num espaço de 5 a 7 anos, devemos fazer o mesmo com as forças policiais, forças navais, forças áreas, forças cibernéticas, etc, mas para tal é necessário “ordem, disciplina e cadeia de comando”.

Tudo isso faz-me recordar certos colegas meus militares no curso do Mestrado em Relações Internacionais (Diplomacia, Mediação e Gestão de Crises), na época eles eram coronéis e brigadeiros, estiveram em missões da NATO no Iraque, no Afganistão e na Síria, na sala de aulas eles tratavam os colegas como se fossem soldados, era difícil entendê-los inicialmente, mas aquilo era fruto das suas experiências enquanto militares, hoje eles são bons diplomatas, de qualquer maneira a vida militar é mesmo assim, os oficiais superiores têm um jeito próprio de interagir com os soldados e com os demais dos seus subordinados e auxiliares, por isso é normal e natural quando um militar age as vezes de um jeito que a maioria não entende, é fruto de um percurso de vida militar.

 A diplomacia é a parte mais equilibrada e moderada da política, tive a chance de estudar com três embaixadores, eram muito jovens, na época um deles tinha 32 anos, era amigo pesssoal do nosso ex Reitor que hoje é Juiz no Tribunal Eclesiástico (Tribunal do Vaticano), outros tinham 36 anos e 40 anos, eram da Europa do Leste, Europa Central e Europa do Norte, eram inteligentes e reservados, eu chamo tudo isso de «prudência diplomática», mesmo a questão da segurança territorial exige um certo nível de técnicas diplomáticas e coordenação entre os órgãos de segurança do Estado com o Ministério das Relações exteriores porque a segurança Nacional na sua mais profunda complexidade faz-se tendo em conta as questões internas e externas.

As Forças Armadas Angolanas têm feito o seu trabalho da melhor forma possível, as FAA são um orgulho Nacional pelo seu empenho constante na manutenção da paz, uma paz que não é apenas angolana mas sim paz regional, portanto, para se manter isso é mesmo necessário que se façam mais investimentos no sector da defesa.

 Em Angola no fim de cada formação militar os formandos prestam o seguinte juramento “prometo ser militar honesto, valente e vigilante, respeitar o povo e todos os seus patrimónios, guardar e fazer guardar nos mais rigorosos sigilos os segredos militares e do Estado”. É exactamente isso que um militar deve fazer, colocar a segurança do Estado em primeiro lugar acima de tudo e de todos, proteger a Pátria de todos os seus inimigos internos e externos, não importa quais sejam tais inimigos, devem ser neutralizados em prol do bem maior que é a estabilidade territorial.

A nível militar o País continua crescendo muito, a nível diplomático também temos vindo a dar passos importantes, motivo pelo qual, de modo que possamos reforçar ainda mais a nossa dinâmica diplomática em todos os âmbitos, penso ser algo pontual que criemos novas estratégias no melhoramento da formação diplomática em termos de cooperação académico-científica diplomática, fazendo convénios com centros e academias internacionais na área da diplomacia, direito internacional, economia internacional, comunincação, psicologia das organizações, etc, digo isso porque além de conhecer muitas destas academais aqui no Ocidente, pessoalmente tenho sido um dos grandes projectistas das formações diplomáticas que muitos deles organizam, ainda o mês passado elaborei um programa completo de um Curso de Alta Formação intitulado “Geopolítica de África: Democracia, Diplomacia e Segurança”.

 Angola está num outro patamar político-militar em África, a nível internacional temos tido ultimamente muita visibilidade por causa das mediações de Paz que o nosso governo tem feito para a estabilidade das regiões africanas, isso é algo relevante, estamos caminhando bem, como diz o ditado “é caminhando que se faz caminho”, sendo assim, precisamos continuar a caminhar e nunca mais parar, pra trás jamais, temos mesmo que avançar, avançar e avançar em todos os aspectos: econômicos, sociais, políticos, diplomáticos, militares, tecnológicos (temos o satélite) e noutros fóruns mais, portanto, os investimentos nesses sectores devem continuar, tendo uma atenção especial nas Forças Armadas: Defesa e Segurança.

Diplomacia e Administração do Estado

Diplomacia e Políticas de Estado

Diplomacia e Políticas de Segurança

Diplomacia e Economia de Estado

Diplomacia e Cooperação Internacional

Diplomacia e Cooperação Civil e Militar

Diplomacia Militar

No mundo estratégico-militar

Segurança Nacional

Competências internacionais

Por: Leonardo Quarenta

Ph.D em Direito Constitucional e Internacional

Mestrado em Relações Internacionais: Diplomacia, Mediação e Gestão de Crises

Formação em Conselheiro Civil e Militar

Formação em Geopolítica de África: O Papel da CPLP na Segurança Regional

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