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Sábado, 15 Janeiro 2022 19:42

MPLA prepara as eleições gerais com os olhos no gatilho

O actual ambiente político que se vive em Angola é muito tenso. Os Partidos e Coligações limam as arestas para convencer o eleitorado, eleitorado este que vê a solução dos seus mais prementes problemas no binóculo.

Por Sebem Freitas

Os entendidos na matéria, dizem que “as eleições de 2022 assemelham-se às de 1992”.

Mas trata-se de contextos políticos completamente diferentes: Em 1992 haviam forças militares pertencentes aos Partidos Políticos (FALA, FAPLA…). O povo tinha uma mentalidade diferente da actual em que, o povo já consegue separar o joio do trigo mesmo com as manipulações das mentes.

Engana-se quem pensa que o MPLA precisa de votos para vencer as eleições. O MPLA não precisa, nunca precisou e nunca vai precisar de votos do povo para vencer as eleições. Precisa sim, de enchentes nos seus comícios para justificar a fraude.

Para os Camaradas pouco ou nada interessa a composição da enchente, sejam idosos, crianças ou estrangeiros, desde que abarrotam os comícios, isso é o que mais interessa para legitimar as suas barbaridades.

As sondagens eleitorais dão vantagens aos opositores de João Lourenço e isso tira sono aos que se enraizaram no poder. Os seus perseguidores directos gozam de muita popularidade dentro e fora do País. A cada dia que passa a fome aperta e as mentes despertam. O povo vai descobrindo o causador do seu sofrimento. Já lá se foram aqueles tempos em que o povo sofria, mas não tinha noção que se tratava realmente de um sofrimento.

O diferente neste ano é que pouco ou quase ninguém acredita mais naquela estória de que a UNITA destruiu pontes, Savimbi tinha cauda e comia as crianças.

Face ao actual ambiente político que lhe é desfavorável, o MPLA pretende, aliás, à semelhança do que Agostinho Neto fez em 1975 depois das assinaturas dos Acordos de Alvor, é exatamente o que se pretende fazer para 2022, visto que com voto do povo o MPLA terá todas as condições reunidas para ocupar o seu lugar na oposição e isso já é sabido por eles.

O que se pretende é criar um ambiente de tensão no seio do povo. A prova disso é a forma como se reprimem as manifestações. O investimento de mais de 80 milhões de dólares em armamento mostra claramente esta pretensão em desencorajar aquelas pessoas que têm ido às ruas para reclamar os seus direitos.

A única arma do Partido-Estado é a fraude. O povo não está preparado para ouvir novamente a vitória fraudulenta do MPLA. Se assim for, alguns vão se preferir. Suspeita-se um banho de sangue, pois o MPLA nunca esteve preparado para perder as eleições e nunca reconheceu as suas fraquezas mesmo com a captura das Instituições do Estado.

Por sua vez, o povo está farto com as promessas mutiladas logo na sua elaboração, com o agravamento da situação social de muitas famílias.

Portanto, em 2022, teremos um problema sério, em que o MPLA tenta de tudo até manchar a imagem dos seus adversários para se perpetuar no poder, diante de um povo que não quer mais ouvir o nome do referido Partido.

Diante de um sofrimento que dura há mais de 40 anos, o que menos queremos ouvir é a expressão “Guerra”. Sofremos muito, nos matamos, nos odiamos… o que resta neste momento é a verdadeira Reconciliação Nacional.

Aquele a quem lhe foi atribuído o nome de Chefe de Estado, devia procurar dialogar com outros políticos para atenuar os ânimos. É preciso que, os que estão no topo da Política apertam as mãos para que se passe uma mensagem de Paz às populações. Há muita distância entre João Lourenço e Adalberto Costa Júnior.

A Igreja Católica poderia jogar um papel importantíssimo neste quesito como mediador ou intermediário. Pois o que se quer é que tenhamos eleições justas, transparentes e sobretudo livres.

O direito ao voto deve ser exercido de forma livre.

Ninguém está preparado para enfrentar mais um motim pós eleitoral. Que o Deus do Céu e a Terra faça alguma coisa por nós e que os políticos dialoguem, que haja consenso e procurem soluções para os problemas do povo.

Viva a Paz!

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