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Segunda, 16 Dezembro 2013 19:39

Polícia no encalço dos que auxiliam a imigração ilegal

O comandante-geral da Polícia Nacional, Ambrósio de Lemos, pediu esta semana à população das regiões fronteiriças na província do Uíje para denunciarem às autoridades os estrangeiros que entram ilegalmente no país.

Ambrósio de Lemos, que trabalhou durante 48 horas na província do Uíje para avaliar o grau de desempenho das forças policiais, foi informado que o combate à imigração ilegal está a ser dificultado por cidadãos nacionais, que auxiliam e facilitam a obtenção de documentos a indivíduos estrangeiros.

No final da sua visita, Ambrósio de Lemos reconheceu haver poucos meios e efectivos para o controlo eficaz, particularmente na fronteira com a República Democrática do Congo e para o apetrechamento dos comandos municipais.

"A nossa visita foi positiva. Quanto às constatações e às preocupações, levámo-las para ver, se dentro das disponibilidades, quer financeiras ou do meios existentes, podemos acudir a província do Uíje", prometeu.

O comandante Geral da Polícia Nacional apurou que os imigrantes ilegais na fronteira de Kimbata, município de Maquela do Zombo, 300 quilómetros a norte da cidade do Uíje, aliciam camponeses, jovens e outras pessoas para os ajudar a atravessar a fronteira por vias não oficiais. Esta prática, já identificada pela polícia, é comum entre populações em zonas fronteiriças, receberem dinheiro (entre 2.000 a 10.000 kwanzas) ou produtos alimentares para facilitar a entrada de estrangeiros. Por outro lado, a população alega que em muitas ocasiões a imigração também é facilitada por alguns agentes da polícia de fronteira.

O comandante da polícia na província do Uíje, Leitão Ribeiro, explicou que tem sido dada atenção especial à imigração ilegal, através do reforço de policiamento da quarta Unidade da Polícia de Guarda Fronteira.

"A fronteira da província é vasta, mas a comunidade tem estado a ajudar a Polícia na denúncia de imigrantes clandestinos que, a todo o custo, tentam entrar ilegalmente no país", acrescentou.

O comandante referiu que muitas vezes os imigrantes entram pela fronteira de Maquela do Zombo, mais concretamente na fronteira de Kuimbata, e depois percorrem cerca de 300 quilómetros para entrar na província do Uíje. Durante o percurso, encontram muitas barreiras criadas pela Polícia, que tem dificultado o movimento dos estrangeiros ilegais, explicou. Os imigrantes ilegais são oriundos do Congo Democrático, Senegal, Nigéria, Mali, Guiné-Bissau e Costa do Marfim e tudo fazem para ludibriar as forças da ordem.

O comandante garantiu que a corporação está preparada para uma possível situação de emergência, do ponto de vista da intervenção policial, e conta com efectivos da especialidade de Intervenção Rápida e com o concurso das Forças Armadas Angolanas (FAA). Apesar das dificuldades, os Serviços de Migração e Estrangeiros (SME) locais e a Polícia de Guarda Fronteira não têm dado tréguas aos imigrantes ilegais. Neste quadro, 43 imigrantes ilegais da República Democrática do Congo (RDC) foram repatriados, segunda-feira, para o país de origem, pelo Serviço de Migração e Estrangeiros (SME), por via do posto fronteiriço de Kimbata.

A informação foi prestada pelo chefe em exercício do SME, em Maquela do Zombo, José Júnior, tendo realçado que do número total de cidadãos da RDC detidos entre os dias 2 a 9 do mês em curso (Dezembro), 19 deles saíram da cidade do Uíje, enquanto 24 outros foram recolhidos na vila de Maquela do Zombo. Afirmou que, no período em referência, foi recusada a entrada em território angolano de três outros cidadãos da RDC por falta de documentos.

NJ

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