Magufuli estava desde 27 de fevereiro sem fazer aparições públicas, o que aumentou rumores pelo país sobre seu estado de saúde .
O governo, até o anúncio da morte nesta noite, não deu informações sobre o paradeiro do presidente — inclusive prendendo quem espalhasse boatos sobre a saúde do chefe do poder da Tanzânia. Quatro pessoas foram detidas.
Magufuli se elegeu presidente da Tanzânia em 2015 e renovou o mandato após vencer as eleições de outubro de 2020, com mais de 84% dos votos.
Presidente negacionista
O sumiço levantou inclusive suspeitas de que o presidente tanzaniano poderia estar com Covid-19. Negacionista da pandemia, Magufuli sempre afirmou que a Tanzânia estava livre do coronavírus "graças a orações".
Ele dizia que o novo coronavírus é proveniente de um demônio ocidental, e seu governo difunde receitas caseiras -- uma bebida à base de gengibre, cebola, limão e pimenta -- para eliminá-lo.
Oficialmente, o país tem 509 casos confirmados e 21 mortes causadas pelo vírus. As últimas infecções e vítimas foram registradas em 8 de maio de 2020. Mas, em fevereiro, o país vivenciou uma onda de mortes atribuídas oficialmente à pneumonia.
Rumores sobre estado de saúde
Há uma semana, o líder da oposição, Tundu Lissu, que está exilado na Bélgica, questionou a ausência do presidente.
E na segunda-feira, Lissu disse em uma rede social que, segundo fontes da comunidade de Inteligência, o presidente "está com Covid-19, usa um suporte de vida e está paralisado de um lado da cintura para baixo".
"Independentemente do que esteja acontecendo, está claro que o governo está tentando ganhar tempo", afirma Nic Cheeseman, professor de democracia na Universidade de Birmingham e especialista na região.
"Prolongar a espera só tem sentido se o presidente estiver muito doente, incapacitado ou morto.", disse Cheeseman à AFP. Os jornais do Quênia dizem que "um líder africano" está sendo tratado em um hospital de Nairóbi, mas fontes oficiais negaram a presença de Magufuli no país.
Também na segunda-feira, a vice-presidente do país, Samia Suluhu Hassan, disse que "nosso país está agora repleto de rumores procedentes do exterior, mas precisamos ignorá-los". "É bastante normal que alguém tenha gripe, febre ou alguma outra doença". G1