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Segunda, 17 Fevereiro 2020 18:49

Frederik De Klerk pede desculpa aos sul-africanos por ter desvalorizado o apartheid

A afirmação de que o apartheid não era um crime contra a humanidade tornou-se polémica e causou alvoroço quando se celebravam os 30 anos de libertação do líder histórico sul-africano Nelson Mandela.

O ex-Presidente sul-africano Frederik Willem de Klerk pediu esta segunda-feira desculpa pela sua afirmação de que o apartheid, antigo sistema de separação racial da África do Sul, não era um crime contra a humanidade. De Klerk, que foi o último Presidente do regime separatista, fez esta afirmação durante uma entrevista no canal estatal South African Broadcasting Corporation (SABC), na semana passada.

A afirmação de que o apartheid não era um crime contra a humanidade tornou-se polémica e causou alvoroço quando se celebravam os 30 anos de libertação do líder histórico sul-africano Nelson Mandela.

Foi De Klerk que anunciou, durante o seu mandato de 1989 a 1994, a libertação de Mandela da prisão, abrindo caminho para o fim do apartheid e para as primeiras eleições na África do Sul, sem os constrangimentos do regime separatista, em 1994. Em 1993 recebeu o Prémio Nobel da Paz.

Nelson Mandela venceu as eleições de 1994, tornando-se no primeiro Presidente negro do país. De Klerk fez parte do seu Governo, tendo ocupado o cargo de vice-presidente.

O arcebispo da Igreja Anglicana e vencedor, em 1984, do Nobel da Paz, devido à sua luta contra o regime separatista, Desmond Mpilo Tutu, exigiu que De Klerk retirasse as suas declarações. A fundação De Klerk também se retratou pela "confusão, raiva e dor" que as declarações do antigo Presidente causaram.

O apartheid foi declarado, em 1998, como um crime contra a humanidade pela Organização das Nações Unidas (ONU), que já criticou as afirmações do antigo Presidente. Apesar de mais de 25 anos em democracia, as consequências do apartheid ainda se sentem atualmente na sociedade sul-africana, nomeadamente na economia e no setor da educação.

Uma petição online, liderada pelo advogado sul-africano Dali Mpofu, pede que seja retirado a De Klerk o seu prémio Nobel da Paz. Até hoje à tarde, a petição já contava com mais de 10.000 assinaturas.

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