Sexta, 29 de Março de 2024
Follow Us

Segunda, 06 Novembro 2017 18:01

Ministro do Interior diz que há corrupção entre os efectivos da polícia, mas garante que muitos deles estão a ser expulsos

Dezenas de associações representantivas da sociedade civil, o ministro do Interior e o governador da província de Luanda juntaram-se, este fim-de-semana, para participar no encontro de auscultação e concertação com a sociedade civil, sobre a segurança pública na capital do país, tendo Ângelo da Veiga Tavares informado que estão em curso expulsões de agentes da polícia com comportamentos incorrectos.

Ouviram-se reclamações com base na falta de policiamento, sobretudo à noite e nos bairros mais perigosos, queixas por causa da falta de energia eléctrica, de iluminação pública ou fornecimento de água, criticasdevido ao não funcionamento do número gratuito para emergências (113).

Ouviram-se ainda lamentos porque o desemprego atinge sobretudo os mais jovens e muitas vezes os conduz directamente para a marginalidade. Queixas no que respeita à educação, cultura, assistência social, médica e medicamentosa.

Mas a discussão focou-se sobretudo na criminalidade que assola a capital do país e em formas de a combater, num esforço conjunto entre a vontade política e a vontade dos cidadãos.

O ministro do Interior pediu às várias associações presentes que cooperem com os órgãos da administração local do Estado na denúncia de imigrantes ilegais, de igrejas e seitas ilegais, das violações da segurança e ordem pública.

Pela voz do ministro do Interior chegou aos participantes a determinação de romper com o passado recente. Ângelo da Veiga Tavares fez uma auto-critica, admitindo que há "maus comportamentos" e "mesmo corrupção entre os efectivos da polícia", afirmando que "muitos deles estão a sair", mas apelando a que não se confunda a árvore com a floresta.

"Temos estado a depurar", afirmou.

O ministro do Interior fez inclusive uma referência a tempos idos: "Se no passado, a gestão da coisa pública era feita de forma menos correcta, haverá mais atenção por parte dos órgãos, por parte da Inspecção Geral do Estado, da Inspecção das Finanças, do Serviço de Investigação Criminal, mas nesse combate contra a corrupção é preciso que todos nós participemos.

"Do ponto de vista da justiça, nós não olharemos a classes sociais e estamos já a dar sinais daquilo que referi", concluiu.

Já Adriano Mendes de Carvalho, governador provincial de Luanda, destacou que a "população não só exige como merece" todos os "direitos" que reivindicou no encontro.

"Ela exige porque é aquilo que lhe toca e nós temos de corresponder ao pedido da população", disse

"O mais importante é sim resolver os problemas do povo, mas para resolver esses problemas é necessário que a população me ajude e esta auscultação é um grande contributo para podermos dar soluções a uma série de questões que temos por resolver", afirmou, concluindo que este encontro de auscultação com a sociedade civil, que garante ser o primeiro de muitos, é importante, por fomentar um "diálogo aberto" com as forças locais.

"E digo isto para que os administradores municipais tenham em conta que saber ouvir sempre a opinião do povo, tornando-os participes na governação, permitirá, em conjunto, resolver os problemas da comunidade". (NJ)

Rate this item
(0 votes)